Três antes do segundo turno das eleições de 2018,
o procurador Deltan Dallagnol tentou forçar a mão para provocar ações de busca
e apreensão contra o atual senador Jaques Wagner (PT-BA). Em uma das conversas,
Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos
alguma chance?”
Em sua coluna deste sábado, a jornalista Mônica Bergamo
revela que o procurador Deltan Dallagnol
demonstrou, em diálogos com colegas da Lava Jato, em outubro de 2018,
que era preciso acelerar ações contra o petista Jaques Wagner —ele tinha
acabado de se eleger senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Para
Deltan, valeria fazer busca e apreensão sobre o político 'por questão
simbólica', segundo informa a
jornalista.
Em uma das conversas, de 24 de outubro do ano passado,
Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca... Temos
alguma chance?”. Naquele momento, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro disputavam a
presidência da República e Sergio Moro negociava com a equipe de Bolsonaro sua
ida para o governo.
Leia, abaixo, um trecho da coluna de Mônica Bergamo, em
que Deltan, que diz não ser possível atestar a autenticidade das mensagens,
afirma que 'seria bom demais' uma ação contra Wagner:
Um procurador identificado como Athayde
(provavelmente Athayde Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face
dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir
reconsideração”. “Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, escreve
Deltan. Athayde diz que “isso não impactará o foro”. Deltan responde: “Não
impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes
[da posse]”. Uma procuradora pondera que o petista já sofrera uma busca: “Nem
sei se vale outra”. Deltan responde: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia,
vale outra BA até, por questão simbólica”. E completa: “Mas temos que ter um
caso forte”. Athayde informa que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em
outro caso, e Deltan finaliza: “Isso seria bom demais”.
Com informações Brasil247
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