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Brasil está atento, dia 30 vai ser maior. Bolsonaro não tem nenhum compromisso
com a educação e a previdência pública.
Em 2011, Dilma Rousseff, já presidente, esteve em
Garanhuns para inaugurar o curso de Medicina no campus local da Universidade de
Pernambuco. Foi um momento marcante da história da cidade, no agreste
brasileiro, não apenas porque a presidência da República se deslocava para lá,
mas principalmente porque a região experimentava os benefícios do avanço do
ensino superior. A Universidade de Pernambuco é estadual e participava de um
programa federal de interiorização do ensino superior.
O resultado é que a cidade passou a receber professores
profissionais qualificados e a formar profissionais que ajudaram no
desenvolvimento da região, com ganhos de produtividade. Os professores Taciano
Valério e Patrícia Lira são dois dos profissionais qualificados que foram para
lá no boom no desenvolvimento do ensino superior do Brasil.
Patrícia é formada em psicologia pela Universidade
Federal de Pernambuco, tem mestrado pela Universidade Católica de Pernambuco e
doutorado pela Universidade Paris Nord, na França. Já Taciano é formado pela Universidade Estadual da
Paraíba, onde também fez o mestrado. Depois, doutorou-se pela Católica de
Pernambuco.
Por concurso, assumiram as cadeiras de professor no
campus de Garanhuns. Mas não se limitam a dar aulas. Taciano é cineasta
premiado e já trabalhou com Jean Claude Bernardet. Os dois, voluntariamente,
tem produzido documentários sobre a região. O último deles é o Levante Agreste,
que registra o ato de protesto realizado em Garanhuns contra o corte na
educação. É uma iniciativa que tem o apoio do DCM e está sendo divulgado
através de um dos canais do site no YouTube.
Conta Patrícia:
“Resolvemos realizar esse documentário por entendermos
que se trata de um fato que demarca um ponto de inflexão importante na história
da educação no país. Isso porque há pouquíssimas décadas o ensino público de
qualidade, sobretudo na educação superior, era concentrado nas capitais e destinado
notadamente àqueles que podiam pagar. Esse vídeo expressa o impacto que o
processo macro e micro politico de descentralização universitária produziu em
pequenas cidades como Garanhuns e outras tanto no agreste quanto no sertão como é o caso de Caruaru,
Petrolina, Salgueiro, Arcoverde, Serra Talhada. No entanto, embora o vídeo seja
emblemático por tratar de cidades que ocupam o imaginário social brasileiro
como metonímias da ignorância e da despolitização por pertencerem ao nordeste,
ao interior do nordeste, temos certeza que remete a uma realidade experimentada
por muitas outras cidades interioranas espalhadas pelo nosso país com seus
sotaques, suas lutas, seus protagonismos culturais, científicos e políticos.
Nesse ato, Garanhuns viveu algo inédito: um movimento unificado em torno da
pauta da educação que o governo de Jair Bolsonaro insiste em denegar de modo
estúpido e inconsequente. O ato foi
organizado de forma unificada por diferentes segmentos sociais, reunindo
universidades, sindicatos, associação de moradores, partidos políticos,
coletivos, entidades estudantis, entre outros.”
Patrícia e Taciano estavam lá, com uma câmera na mão e
muitas ideias na cabeça. Com técnica, produziram o vídeo de qualidade.
Publicado por Joaquim de Carvalho - DCM
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