Por Carlos Damião
Na estimativa dos
organizadores, mais de 30 mil pessoas estiveram nas ruas de Florianópolis nesta
quarta-feira, 15 de maio, dia nacional de mobilização contra os cortes
orçamentários da educação e retrocessos sociais promovidos pelo governo de Jair
Bolsonaro (PSL). A Polícia Militar estimou em 20 mil participantes. Sendo um,
ou sendo outro, o número de manifestantes superou todas as expectativas. Foi um
dos maiores atos políticos já realizados na capital catarinense, comparado por
muitas lideranças ao movimento das Diretas, em 1984. E preparatório para a
greve geral convocada para 14 de junho, que deve parar o país.
Um dia memorável em defesa da educação, que reuniu
estudantes secundaristas e universitários, professores das redes municipal,
estadual e federal, dirigentes e funcionários escolares, pais de alunos,
lideranças comunitárias e políticas, militantes de movimentos sociais e
sindicatos.
Nos rostos dos estudantes, muitas expressões
demonstravam angústia, ansiedade ou desesperança. Mas eles estavam nas ruas,
engajados, empolgados e indignados. Nada de muito diferente do que se viu, por
exemplo, durante a ditadura militar. Os estudantes sempre foram protagonistas
nas lutas pela democracia e pela valorização da educação.
Não houve incidentes graves durante todo o dia, nem nos
campi da UFSC, Udesc e institutos federais, nem no trajeto da Trindade até o
Largo da Catedral. Ato pacífico, que contrariou totalmente o discurso dos deputados
bolsonaristas e do próprio Bolsonaro, exibidos no Jornal Nacional. Não houve
baderna, pelo menos em Florianópolis e outros municípios catarinenses que
realizaram o protesto. Houve, sim, um espírito coletivo de repulsa às políticas
adotadas pelos governantes em relação à educação e à Previdência Social. “Fora
Bolsonaro!” foi um grito recorrente, que ecoou no “vale de concreto” em que
está espremida a Catedral e também no trajeto entre a Praça 15 e o Ticen
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Os sindicatos dos municipários (Sintrasem), na foto
acima, da educação estadual (Sinte), dos servidores estaduais (Sintespe) e dos
eletricitários (Sinergia) marcaram presença com suas bandeiras de luta. O
Sintrasem, em especial, foi o “puxador” dos protestos pela região central. É a
maior e mais organizada entidade sindical da Grande Florianópolis, temida pela
prefeitura e combatida pelos vereadores e lideranças de extrema-direita.
Exatamente porque tem um incrível poder de mobilização: lida de forma direta
com a chamada “ponta” do serviço público – o atendimento comunitário de saúde e
educação. O contato direto com a comunidade é o maior cacife dos trabalhadores
do serviço público municipal.
Entre as bandeiras partidárias, destaque para o PSTU,
PCdoB, PCB e PT. Havia também representantes de tendências anarquistas, do
movimento Desterro Antifascista e da Esquerda Marxista. Sem contar a presença
de centrais sindicais, a CUT a maior e mais forte delas.
Confira outras imagens, todas registradas pelo autor do
blog;
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