Investimentos de US$ 45 milhões para apoiar
pequenos agricultores estão congelados
O Brasil perdeu US$ 45 milhões em projetos financiados
pelo Ifad (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola), agência da ONU
de combate a pobreza e fome no campo.
Investimentos de US$ 20 milhões no Maranhão e US$ 25
milhões no Ceará para instalar cisternas e apoiar pequenos agricultores, entre
eles comunidades indígenas e quilombolas, estão congelados por falta de
aprovação da Cofiex, a comissão de financiamento externo do Ministério da
Economia.
No Maranhão, a capacidade de pagamento é insuficiente
para ter a União como avalista do empréstimo internacional. “O estado tinha
nota B, mas a metodologia mudou em 2018. Caiu para C e perdeu a condição”,
disse Júlio Mendonça, secretário de agricultura familiar.
A estimativa é que o projeto atenderia 100 mil
famílias, incluindo comunidades indígenas e quilombolas.
O Ceará está reelaborando o documento para o pleito de
financiamento porque a Cofiex alterou critérios de aceitação em 2018, segundo o
secretário de desenvolvimento agrário, Francisco Diniz.
Os recursos seriam usados em uma iniciativa já
existente, o projeto Paulo Freire, com entrega de cisternas e capacitação. O
programa atende população rural de 31 municípios que correspondem 18% da área
do Ceará, segundo a secretaria.
Claus Reiner, diretor do Ifad no Brasil, diz que é uma
perda para o país. A entidade tem seis projetos em andamento aqui, em estados
como Piauí e Bahia. Começaram entre 2013 e 2015 e terminam até 2020, podendo
haver extensão. A carteira total abrange US$ 500 milhões.
Como o Brasil é considerado um país de renda média
alta, entre as nações contempladas pelo fundo, a instituição exige
contrapartida para demonstrar comprometimento com o esforço de investimento.
Procurado, o Ministério da Economia diz que a avaliação
da Cofiex considera aspectos financeiros e técnicos (Folha de S.Paulo, 7/5/19)
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