A
Páscoa para os cristãos relembra a morte e crucificação de Cristo e celebra a
sua ressurreição após três dias
A Páscoa é uma das mais importantes festividades do
calendário cristão. Essa data comemorativa originou-se com os judeus e teve seu
sentido ressignificado após a crucificação de Cristo. Algumas características
da Páscoa moderna também possuem elementos herdados de povos pagãos. A Páscoa é
uma celebração de data móvel, e o seu significado mais conhecido – o cristão –
relembra a crucificação e ressurreição de Cristo. A palavra “páscoa” no idioma
português deriva dos termos em três idiomas “Pessach”, no hebraico, “Pascha”,
no latim, e “Paskha”, no grego.
Páscoa Judaica
A Páscoa comemorada pelos judeus possui um sentido
completamente distinto daquele assumido na comemoração cristã. A Páscoa judaica
é chamada de “Pessach” (significa “passagem” no hebraico) e comemora a
libertação dos hebreus da escravidão no Egito. Essa festa judaica era
comemorada tradicionalmente próximo ao período em que se inicia a primavera no
hemisfério norte.
A realização dessa festa na tradição judaica aconteceu
por uma ordem expressa de Javé a Moisés, que a repassou para o povo hebreu. A
descrição da forma como a comemoração deveria ser realizada e todo o seu
contexto estão no trecho bíblico de Êxodo 12 |1|. De qualquer forma, essa festa
faz menção à passagem do anjo da morte pelo Egito durante a execução da décima
praga, que foi responsável pela dizimação de todos os primogênitos daquela
terra.
Páscoa Cristã
Apesar de sua derivação da comemoração judaica, o
sentido da Páscoa cristã é diferente, pois relembra os atos da crucificação,
morte e ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo é, inclusive, um dos
pilares da fé cristã e, por isso, a Páscoa é uma festividade tão importante
assim para os cristãos.
Dentro da tradição cristã, Cristo é enxergado como o
Cordeiro de Deus que foi enviado com a missão de se oferecer em sacrifício para
salvar a humanidade dos pecados. Após ter sido crucificado e morto, Cristo
ressuscitou após três dias. Todos esses eventos teriam supostamente ocorrido
durante a realização da Páscoa Judaica (comemorada durante sete dias), o que
criou um paralelo entre as duas comemorações.
Na comemoração da Igreja Católica, a Páscoa encerra o
período da Quaresma, que é marcado por jejuns e no qual muitos fazem promessas.
A última semana desse período é conhecida como Semana Santa e inicia-se com o
Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém.
Os dias finais da Semana Santa são a última ceia, que
aconteceu na Quinta-feira Santa; a crucificação e morte de Cristo acontece na
Sexta-feira Santa, e a ressurreição de Cristo aconteceu no Domingo de Páscoa.
A data de comemoração da Páscoa, como todos sabem, é
uma data móvel e pode acontecer entre o período de 22 de março e 25 de abril. A
determinação da Páscoa como comemoração em data móvel foi estipulada pela
própria Igreja durante o Concílio de Niceia, organizado em 325 d.C. Ali se
estabeleceu que a Páscoa aconteceria no primeiro domingo após a lua cheia do
equinócio da primavera (baseado no hemisfério norte).
Outras influências na Páscoa moderna
O
coelho e os ovos foram símbolos agregados à Páscoa a partir da influência de
outras culturas
Além da tradição judaica e cristã, a Páscoa moderna
agregou elementos de outras culturas não cristãs, isto é, pagãs. Esse processo
aconteceu, sobretudo, a partir da cristianização dos povos germânicos na
Europa. Os historiadores afirmam que, durante esse processo, uma série de
elementos das culturas desses povos foi sendo apropriada pelo cristianismo.
No caso da Páscoa, existem historiadores que
estabelecem uma conexão entre essa festividade no norte da Europa e o culto a
uma deusa germânica chamada Eostern, mas também chamada de Ostara. Os termos em
alemão e inglês para Páscoa muito provavelmente têm origem nesse culto. Em
alemão, o termo para Páscoa é Ostern (possui semelhança com Ostara); em inglês,
o termo para Páscoa é Easter (possui semelhança com o termo Eostern).
Alguns historiadores relatam que durante o equinócio da
primavera, ou seja, próximo da época em que os cristãos comemoravam a Páscoa,
povos germânicos realizavam festividades em homenagem à deusa Eostern, o que
criou um paralelo entre as comemorações nessas localidades do hemisfério norte.
Outros símbolos tradicionais da Páscoa moderna – o coelho
e os ovos – também são atribuídos a influências pagãs. Acredita-se que coelhos
e ovos eram tradicionais símbolos que representavam a fertilidade para
diferentes povos e, à medida que esses povos foram sendo cristianizados, esses
símbolos foram sendo agregados à comemoração cristã.
|1| Clique aqui para
acessar esse trecho na Bíblia Online.
Fonte: Mundo Educação
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