Governo
golpistas de Temer/PSDB recebeu na conferencia COP23, em Bonn, o troféu Fóssil
do Dia pela política de implantação da
maior alta em suas emissões em 13 anos.
O prêmio mais tradicional das Conferências da ONU sobre
Mudanças Climáticas, o Fóssil do Dia, está indo para o Brasil hoje. Não por
causa dos seus negociadores, mas por causa do presidente. De acordo com o
grande grupo de ONGs ambientais que selecionam os vencedores do prêmio – uma
brincadeira para sinalizar aqueles que tornam as negociações climáticas mais
difíceis – o Fóssil de hoje vai ao Brasil por causa da Medida Provisória
enviada por Temer ao Congresso que pode dar às empresas de petróleo US$ 300
bilhões em subsídios para perfurar suas reservas offshore.
O Fóssil do Dia é uma tradição das negociações
climáticas que teve início em 1999 – quando a COP também foi realizada em Bonn,
na Alemanha. A premiação foi iniciada pela NGO alemã Forum e é conduzido pela
Climate Action Network (CAN): seus membros elegem os países que julgaram ter
feito o seu “melhor” para bloquear o progresso nas negociações ou na
implementação do Acordo de Paris durante as negociações das Nações Unidas sobre
mudanças climáticas.
Veja abaixo a declaração lida pelas ONGs ao premiar o
Brasil com o prêmio fóssil:
Brasil acometido pela febre do petróleo
O Fóssil para hoje vai para o Brasil, por
propor um projeto de lei que poderia dar às companhias de petróleo US $ 300
bilhões em subsídios para perfurar suas reservas offshore.
Você ouviu isso certo, US $ 300 bilhões.
Pensemos sobre isso por um minuto – é
aproximadamente o valor de uma Torre Eiffel ou seis torres de Londres.
Basicamente, uma quantidade insana de dinheiro. Também é cerca de 360 vezes
mais do que o mundo inteiro fornece em apoio anual para financiamento de resiliência climática e desastre nos
Pequenos Estados insulares em desenvolvimento, destacando como os fluxos de
financiamento do clima atual são diferentes em comparação com os subsídios
maciços de combustíveis fósseis.
O Brasil, o gigante verde sul-americano, a
terra dos biocombustíveis sustentáveis e
o orgulhoso portador de uma mistura de energia com baixa emissão de carbono, é a mais nova vítima da
febre do petróleo.
Uma Medida Provisória enviada ao Congresso
pelo presidente Michel Temer, que pode ser votada nas próximas semanas, abre o
país a um frenesi do petróleo, dando às empresas um pacote de isenções fiscais
que podem ascender a US $ 300 trilhões nos próximos 25 anos. O ministro do Meio
Ambiente do Brasil chamou o projeto de lei “inaceitável“.
A taxa de aprovação pública da Temer é de
3%, aproximadamente a mesma que a margem de erro das pesquisas. Mas certamente,
as grandes empresas de petróleo têm uma opinião sobre ele melhor do que os
eleitores brasileiros.
O objetivo da medida é acelerar o
desenvolvimento da camada de pré-sal ultra-profunda, uma reserva do petróleo
offshore que se pensa conter 176 bilhões de barris recuperáveis. Se esse óleo
fosse queimado, o Brasil sozinho consumiria 18% do orçamento de carbono
restante por 1,5 graus, acabando com nossas chances de afastar o mundo de uma
catástrofe climática.
O engraçado é que o governo brasileiro
parece estar totalmente ciente de que está cometendo uma falta. Como um
funcionário do governo disse com franqueza, “o mundo está indo em direção a uma
economia de baixo carbono. Haverá petróleo no chão, e esperamos que não seja
nosso “.
O cinismo flagrante da administração Temer
está em contraste com a posição bastante progressiva tomada pela delegação
brasileira em Fiji-em-Bonn. Enquanto os diplomatas aqui pedem biocombustíveis
como uma solução climática e pressionam para a ambição pré-2020, de volta para
casa, a atitude é “drill, baby, drill!”.
Brasil, você faz uma cara boa, mas abaixo
daquela camada de tinta verde encontra-se uma petrocracia em construção. É hora
de levar subsídios absurdos e destiná-los a um melhor uso, mais verde.
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