POR FERNANDO BRITO
No recém-lançado estudo do Dieese sobre a rentabilidade dos bancos brasileiros, a
continuidade de um escândalo de uma economia que privilegia o rentismo sobre o
trabalho e a produção e coloca os quatro maiores bancos brasileiros entre
os 15 de mais alta rentabilidade no mundo, em número igual aos do Canadá, que
tornou-se hoje um dos maiores “paraísos fiscais” do mundo.
No primeiro semestre de
2017, a despeito do adverso cenário econômico, os cinco maiores
bancos do país tiveram desempenho muito expressivo,com alta no lucro líquido,
apesar de ter havido queda na intermediação financeira (as principais
contas dos bancos) como também nos resultados operacionais,em
comparação a igual período do ano anterior.
(…)
Os bons resultados
auferidos pelos cinco maiores bancos se
devem, entre outros fatos, à elevação das
receitas com tarifas e serviços, mas,
especialmente, à queda nas despesas de captação que
acompanharam o movimento de redução da taxa
Selic. As despesas com impostos (IR e
CSLL)também caíram, em parte pela entrada
de créditos tributários, mas também por causa da
queda dos impostos devidos em função de
resultados menores em termos operacionais e da Intermediação Financeira.
Enquanto os elevados resultados
dos cinco maiores bancos crescem a cada trimestre,
observa-se significativa reestruturação no setor, com
o crescimento das transações virtuais(via mobile e internet)e
redução das estruturas físicas e funcionais, com fechamento de agências e
postos de trabalho. Essa situação tem sido agravada pela implementação de
planos de aposentadoria incentivada e
desligamento voluntário pelo Banco do Brasil, pela Caixa e pelo Bradesco.
A crise, ao contrário do sol, não nasceu para todos.
Fonte: Viomundo
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