Hábitos
simples podem ajudar o usuário da internet a navegar com mais privacidade e
segurança
A fronteira entre o que é público e o que é privado
está ficando cada vez mais difícil de ser identificada. Por conta do panorama
atual da rede, que ao mesmo tempo em que facilita o acesso à informação e
aproxima pessoas, pode ser usada como um canal de exploração e manipulação, as
discussões sobre proteção de dados e de direitos na internet se fazem bastante
necessárias.
Agora o Marco Civil já virou lei e nos traz garantias
importantes, mas ainda precisamos avançar nos mecanismos legais que assegurem
aos usuários um controle maior sobre seus próprios dados. Ainda no final de
2010 foi realizada pelo Ministério da Justiça uma consulta pública para a
elaboração de um Anteprojeto de Lei de Proteção de Dados Pessoais. Anos se
passaram e até agora ele não foi encaminhado ao Congresso para votação.
Enquanto isso, podemos nos valer das regras do Marco
Civil e do Código de Defesa do Consumidor, além de tomar cuidados no dia a dia
da nossa navegação na rede. Na vida cotidiana, atitudes como “olhar para os
lados ao atravessar a rua” ou “não andar por locais escuros e sem movimento”
garantem nossa segurança. Na internet não é diferente. Em muitos casos, para
assegurar mais privacidade e segurança, é necessária apenas uma mudança de
postura.
Confira estas dicas simples que te ajudarão a se
proteger melhor na rede:
Login e Senha – Apesar de ser bem conveniente ter
logins e senhas salvas, o riscos são muito grandes, uma vez que qualquer pessoa
pode conseguir acessar o computador e ter acesso às suas contas. O ideal é
“logar” e “deslogar” todas as vezes que houver esta necessidade, principalmente
em computadores que não sejam o seu;
Configurações em redes sociais, como o Facebook – Fique
atento às configurações de segurança da rede social. Para conhecer as
configurações básicas as pessoas gastam em média 30 minutos e este é, sem
dúvida, um tempo muito bem gasto. No caso do Facebook, perceba que a aplicação
tem por padrão o compartilhamento público das informações postadas pelos
usuários, exceto quando o próprio usuário altera esta condição. Adote o hábito
de compartilhar informações apenas com seus amigos, pois isto já reduzirá
bastante o número de pessoas que terão informações a seu respeito; Procure só
adicionar pessoas que você realmente conhece, e isso vale para todas as redes
sociais. Contudo, lembre-se, tudo o que você faz em uma rede social fica
armazenado em seus servidores e poderá ser utilizado por ela. Verifique com
atenção a política de privacidade para saber como seus dados serão coletados,
armazenados e utilizados e se você realmente concorda com isso.
Publicidade no Facebook – Por ser uma rede social de
acesso gratuito ao usuário comum, o Facebook veicula uma grande quantidade de
anúncios. As propagandas exibidas se baseiam nas informações pessoais do
usuário, tal como quem são seus amigos e as suas “curtidas”, gerando assim uma
série de “anúncios personalizados”. Embora seja impossível abolir toda a
publicidade, a rede disponibiliza ferramentas em que é possível reduzir a
quantidade de propaganda veiculada. Basta acessar a área de “configuração” e em
seguida “anúncios”, para então alterar as configurações padrão;
Criptografar tudo – Criptografar todo o disco de um
computador não é má ideia. Se o seu laptop for perdido ou roubado, é quase
impossível para qualquer outra pessoa acessar seus dados sem a sua senha. As
últimas versões do iOS da Apple automaticamente criptografam todo o smartphone
ou tablet, se um código de acesso está habilitado. Em dispositivos Android,
criptografia é uma opção fácil no menu Configurações;
Limpar o histórico do navegador e os cookies
regularmente – Considere alterar as configurações do seu navegador para que o
cache seja automaticamente apagado a cada sessão. Isso ajuda a evitar que os
dispositivos sejam monitorados online;
Aplicativos – Regularmente reveja quais aplicativos têm
acesso a suas contas de redes sociais. Alguns aplicativos usam a rede para
acessar dados sigilosos e, em muitos casos, são autorizados pelo próprio
usuário sem que ele perceba. Desta forma, é preciso estar atento e nunca se
esquecer de revogar o acesso a seus dados caso não use mais o aplicativo;
Reputação online – Pessoas agindo de má fé podem
existir em todos os lugares, na internet e fora dela. Para garantir que o seu
nome não seja utilizado indevidamente online, uma opção é criar um alerta (como
o Alerta Google, por exemplo) com variações de seu nome. Cada vez que seu nome
for mencionado na web você receberá uma notificação. Apesar de estar sujeito a
receber informações irrelevantes, vale lembrar que precaução nunca é demais!
Opções para navegação mais segura
Para além das já consagradas ferramentas de
comunicação, novos aplicativos surgem a cada dia para que seja possível
trafegar na rede com muito mais tranquilidade e segurança. Conheça algumas
destas opções:
> O Telegram é uma alternativa aos aplicativos para
troca de mensagens em aparelhos móveis (Whatsapp, Facebook Messenger, etc) e
foi desenvolvido de forma que garanta que as mensagens trafeguemm sem nenhuma
interferência e sem que ninguém (nem mesmo a Telegram) tenha cesso a estas
mensagens.
> Como alternativa para os mecanismos de busca, a
dica é o Duckduckgo. Basicamente esta ferramenta não utiliza técnicas de
rastreamento, além de não coletar e não compartilhar as informações dos
usuários.
> Embora ainda não seja tão popular, a rede social
Diáspora é uma das opções para quem quer interagir com os amigos de forma mais
segura. Totalmente encriptada, a rede não pode ser espionada, assim como não há
nenhum tipo de análise, cruzamento ou perfilamento de dados no servidor.
Confira
a pesquisa do Idec sobre a política de privacidade das redes sociais aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário