Segundo pescadores artesanais ouvidos, pelo blog, se Portaria
Federal aguardada com ansiedade pelos pescadores liberar as embarcações artesanais
e industriais na mesma data, o que vai acontecer é que a Tainha não vai chegar às
praias.
Será um desastre para a pesca artesanal que sustenta
milhares de pescadores no litoral Catarinense, disse o Pescador Djalma.
Alegam os pescadores que os Barcos Industriais com toda
tecnologia a disposição (inclusive pescando a noite com aparelhos) se deslocam
com antecedência ao Rio Grande e quando é liberada a pesca da tainha eles
lambem tudo. A tradicional tainha que poderia chegar a Florianópolis
e ao norte "já era" disse o experiente pescador artesanal seu Loro.
Para os pescadores artesanais seria correto no mínimo continuar
como foi definido o ano passado, ou seja:
-
Em 1º de maio canoas a remo, em 15 de maio canoas artesanais motorizadas e
embarcações industriais a partir de 1º de junho.
O Jornal Notisul, de hoje, repercutiu a preocupação dos
Pescadores com a pesca da tainha, importante atividade econômica no litoral
catarinense.
Leia abaixo:
Pescadores
aguardam aval de portaria federal
Por Willian Reis - Notisul
Os pescadores da região aguardam a definição do governo
federal sobre a data em que poderão dar início à captura da tainha, um dos
peixes mais aguardados e cobiçados pelos consumidores. De maneira extraoficial,
espera-se que a pesca tenha início em 1º de maio, com a autorização aos
pescadores artesanais em canoa a remo – os primeiros a entrarem no mar em busca
do pescado.
De acordo com o presidente da Colônia Z 13, em
Imbituba, Volnei Silveira, a portaria com o cronograma da pesca costuma ser
publicada no Diário Oficial entre 15 e 20 dias antes da data de início definida
pelo governo. No ano passado, por exemplo, na sequência das canoas a remo, em
15 de maio foi a vez das canoas artesanais motorizadas. As embarcações
industriais, na época, só começaram a pescar em de 1º de junho.
Um dos fatores que contribuem para a indefinição das
datas é o fato de a Secretaria de Aquicultura e Pesca ter sido, há menos de um
mês, transferida do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Enquanto são feitas as
mudanças em Brasília, os pescadores da região continuam à espera do cronograma
oficial.
Com 600 filiados na Z 13, quase a metade se dedica à
pesca artesanal da tainha, cuja safra deve se estender até o final de julho. “É
uma pesca famosa, traz muitos turistas, porque se tornou tradição. Pescadores,
hotéis, restaurantes, todo mundo ganha”, afirma o presidente da colônia.
Frio e vento sul
Apesar da experiência com o mar, os pescadores não
sabem como vai ser a safra deste ano. Pode ser tão farta quanto a do ano
passado, como também pode ficar aquém do desejado. Como todos eles sabem,
dependerá do frio e do vento sul, que traz os cardumes para perto da costa.
Vindas do Uruguai e do Rio Grande do Sul, a partir de
maio as tainhas seguem para o Norte em busca de águas mais quentes para a
desova. É neste trajeto que muitas delas acabam capturadas pelas redes. Mas
quem pratica a pesca artesanal torce para não ter muitos dias de temporais e
vento nordeste, que desviam os cardumes para longe de seu alcance.
Pesca movimenta economia familiar
Em Laguna, a Colônia Z 14 tem 2,3 mil filiados. Entre
associados e membros de outros sindicatos, são quase 500 pescadores à espera da
tainha.
O presidente da colônia, Antonio Manoel de Souza,
também prefere não fazer previsões sobre como será a próxima safra. Mas de uma
coisa ele está certo: a pesca gera uma espécie de economia familiar, que
envolve marido, mulher, filhos. “Muita gente se beneficia da pesca artesanal”,
comenta.
Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul
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