sexta-feira, 7 de abril de 2017

Em defesa da pesca artesanal – A tainha está chegando!


Segundo pescadores artesanais ouvidos, pelo blog, se Portaria Federal aguardada com ansiedade pelos pescadores liberar as embarcações artesanais e industriais na mesma data, o que vai acontecer é que a Tainha não vai chegar às praias.

Será um desastre para a pesca artesanal que sustenta milhares de pescadores no litoral Catarinense, disse o Pescador Djalma.

Alegam os pescadores que os Barcos Industriais com toda tecnologia a disposição (inclusive pescando a noite com aparelhos) se deslocam com antecedência ao Rio Grande e quando é liberada a pesca da tainha eles lambem tudo. A tradicional tainha que poderia chegar a Florianópolis e ao norte "já era" disse o experiente pescador artesanal seu Loro.

Para os pescadores artesanais seria correto no mínimo continuar como foi definido o ano passado, ou seja:
- Em 1º de maio canoas a remo, em 15 de maio canoas artesanais motorizadas e embarcações industriais a partir de 1º de junho.

O Jornal Notisul, de hoje, repercutiu a preocupação dos Pescadores com a pesca da tainha, importante atividade econômica no litoral catarinense.


Leia abaixo:


Pescadores aguardam aval de portaria federal

Por Willian Reis - Notisul

Os pescadores da região aguardam a definição do governo federal sobre a data em que poderão dar início à captura da tainha, um dos peixes mais aguardados e cobiçados pelos consumidores. De maneira extraoficial, espera-se que a pesca tenha início em 1º de maio, com a autorização aos pescadores artesanais em canoa a remo – os primeiros a entrarem no mar em busca do pescado.

De acordo com o presidente da Colônia Z 13, em Imbituba, Volnei Silveira, a portaria com o cronograma da pesca costuma ser publicada no Diário Oficial entre 15 e 20 dias antes da data de início definida pelo governo. No ano passado, por exemplo, na sequência das canoas a remo, em 15 de maio foi a vez das canoas artesanais motorizadas. As embarcações industriais, na época, só começaram a pescar em de 1º de junho.

Um dos fatores que contribuem para a indefinição das datas é o fato de a Secretaria de Aquicultura e Pesca ter sido, há menos de um mês, transferida do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Enquanto são feitas as mudanças em Brasília, os pescadores da região continuam à espera do cronograma oficial.
Com 600 filiados na Z 13, quase a metade se dedica à pesca artesanal da tainha, cuja safra deve se estender até o final de julho. “É uma pesca famosa, traz muitos turistas, porque se tornou tradição. Pescadores, hotéis, restaurantes, todo mundo ganha”, afirma o presidente da colônia.

Frio e vento sul
Apesar da experiência com o mar, os pescadores não sabem como vai ser a safra deste ano. Pode ser tão farta quanto a do ano passado, como também pode ficar aquém do desejado. Como todos eles sabem, dependerá do frio e do vento sul, que traz os cardumes para perto da costa.
Vindas do Uruguai e do Rio Grande do Sul, a partir de maio as tainhas seguem para o Norte em busca de águas mais quentes para a desova. É neste trajeto que muitas delas acabam capturadas pelas redes. Mas quem pratica a pesca artesanal torce para não ter muitos dias de temporais e vento nordeste, que desviam os cardumes para longe de seu alcance.

Pesca movimenta economia familiar
Em Laguna, a Colônia Z 14 tem 2,3 mil filiados. Entre associados e membros de outros sindicatos, são quase 500 pescadores à espera da tainha.

O presidente da colônia, Antonio Manoel de Souza, também prefere não fazer previsões sobre como será a próxima safra. Mas de uma coisa ele está certo: a pesca gera uma espécie de economia familiar, que envolve marido, mulher, filhos. “Muita gente se beneficia da pesca artesanal”, comenta.

Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul

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