quinta-feira, 30 de março de 2017

Famílias ainda procuram corpos 53 anos depois do golpe de 1964


Centenas de famílias ainda procuram corpos de entes queridos que continuam desaparecidos depois de 53 anos do golpe civil-militar de 1964, perpetrado em 31 de março.

“O estado brasileiro continua com sua dívida em relação aos 140 desaparecidos”, lembrou Cesar Valduga (PCdoB), que destacou o caso o ex-deputado estadual barriga-verde Paulo Stuart Wright, cassado pelos colegas, e que sumiu sem deixar vestígios.

 “Ele organizou 27 cooperativas de pescadores, inspirando Dias Gomes na novela ‘O bem amado’”, registrou Valduga.

Segundo o representante de Chapecó, a repressão aos adversários do regime atingiu 1.196 camponeses, 6.952 militares, 4 mil parlamentares foram cassados, 130 cidadãos banidos do país, 7.376 indiciados por crimes políticos, mais de 10 mil submetidos a inquéritos e 436 assassinatos.

Além disso, o parlamentar do PCdoB acusou o governo de Michel Temer de ter engavetado o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. “As ações foram paralisadas, há um retrocesso nas medidas de reparação e o relatório da Comissão da Verdade foi engavetado, mas faz parta da história politica do povo brasileiro”, insistiu Valduga.

Dirceu Dresch (PT) acompanhou o colega e declarou que o dia 31 de março é uma data marcante que convida os brasileiros a refletirem sobre momentos obscuros da história pátria. “O PCdoB esteve à frente das lutas sociais da época”, informou Dresch, que comparou a deposição de João Goulart com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Em 1964 também elegeram como principal alvo os direitos da classe trabalhadora e soberania nacional, os golpistas de hoje já entregaram as reservas internacionais de petróleo”, discursou Dresch.


FOTO: Solon Soares/Agência ALESC

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