De acordo com a promotoria, a investigação ocorreu para
apurar indícios de que havia alguns vereadores que exigiam, mensalmente, parte
do salário dos seus assessores, ocupantes de cargo em comissão. Foto:
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Por determinação da Justiça, o vereador de Capivari de Baixo
Arleis Flávio Nunes Ribeiro (PSDB) foi afastado de seu cargo e preso
temporariamente, na manhã de ontem. O edil é um dos investigados por indícios
de crimes contra a administração pública, de acordo com a Promotoria de Justiça
da cidade.
A determinação foi cumprida com apoio do Grupo de
Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Além da prisão
e afastamento de Arleis, também foram cumpridos três mandados de condução
coercitiva e quatro mandados de busca e apreensão. As investigações iniciaram
há aproximadamente cinco meses.
De acordo com a promotoria, a investigação ocorreu para
apurar indícios de que havia alguns vereadores que exigiam, mensalmente, parte
do salário dos seus assessores, ocupantes de cargo em comissão. Estes não
exerciam efetivamente nenhum trabalho na Câmara e desenvolveriam atividades
particulares, no horário em que deveriam prestar serviço no Poder Legislativo.
Diante das provas levantadas, o Ministério Público do
Estado de Santa Catarina (MPSC) obteve autorização judicial para realizar busca
e apreensão de objetos e documentos na Câmara de Vereadores e nas residências
de agentes públicos do Legislativo. Também foi autorizada a condução coercitiva
de investigados para prestar depoimento.
“Cumpri o que a Justiça determinou”
Acionado por funcionários do Legislativo, o presidente
da Câmara de Vereadores de Capivari de Baixo, Jean Corrêa Rodrigues (PSDB),
acompanhou o trabalho do Gaeco. “Perto das 9h, já estava na Câmara. Colaboramos
todo o tempo e tudo que foi solicitado, atendemos. Para mim foi uma surpresa e,
até então, não sei do que se trata a investigação”, fala Jean.
De acordo com o edil, assim que a Justiça ordenou o
afastamento do vereador, ele baixou um decreto cumprindo o pedido. “Agora cabe
à Justiça Eleitoral informar como ficará o cargo do Arleis. Fico triste por
tudo o que está acontecendo. É um colega com um bom nome na cidade. Faz um
trabalho correto”, diz o presidente ao citar o vereador Arleis.
Dos três mandados de condução coercitiva, Jean diz que
um deles foi de um funcionário da Câmara ligado ao setor de RH. “Estamos à
disposição da Justiça”, afirma o presidente sem dar mais detalhes sobre o caso.
Promotores dizem que edil foi preso em casa
Em coletiva na tarde de ontem, após o cumprimento dos
mandados, os promotores envolvidos na investigação preferiram não citar nomes
de quem foram os conduzidos. Durante a conversa com a imprensa, a promotoria
disse que o vereador foi preso em casa, conduzido até o Fórum e levado
posteriormente para o Presídio de Tubarão, onde cumprirá o mandado de prisão
temporária.
“O que aconteceu nesse caso é bastante semelhante com
outros casos já investigados pela Gaeco em outras cidades. Mas o que nos chamou
a atenção, é que aqui em Capivari tudo foi feito mais de forma escancarada”,
disse o promotor coordenador do Gaeco de Criciúma, Mauro Canto da Silva.
Sobre o crime investigado, o promotor de Justiça de
Capivari de Baixo, Ernest Kurt Hammerschmidt, destaca que “as faltas dos
servidores em horário que deveriam estar trabalhando na Câmara foram maquiadas
no sistema que controla os horários. Por isso, fizemos apreensão desse
sistema”, ressalta.
do Diário do Sul
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