sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

STJ autoriza inquérito para investigar governador de SC na Lava Jato

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, durante entrevista no último dia 1º no Palácio do Planalto (Foto: Luciana Amaral/G1)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta sexta-feira (16) abertura de inquérito para apurar o envolvimento do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), com fatos vinculados à Operação Lava Jato. A suspeita é de crime de corrupção passiva.

A investigação, que tramita em segredo de Justiça, foi aberta a pedido da Procuradoria Geral da República, que quer apurar menção ao governador em planilhas apreendidas durante uma das fases da Lava Jato e que apontam repasses da construtora Odebrecht a políticos.

Os documentos foram remetidos ao STJ pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, em razão do foro privilegiado dos governadores. O G1 procurou a assessoria do governador Raimundo Colombo e aguardava resposta até última atualização desta reportagem.

O inquérito aberto pelo STJ não tem relação com a delação premiada em curso assinada por 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Atualmente, eles estão prestando depoimentos para confirmar o que sabem sobre as irregularidades apuradas na Lava Jato. Os executivos estão dando detalhes, entre outras coisas, sobre o funcionamento do departamento de propina dentro da empresa.

Operação Xepa

Além de abrir o inquérito, o STJ também determinou a coleta de provas pedidas pela Procuradoria, entre as quais a obtenção de dados telefônicos de um assessor do governo de Santa Catarina, André Agostini Moreno, alvo de condução coercitiva em Florianópolis na 26ª fase da Lava Jato, intitulada Operação Xepa, que se concentrou no Grupo Odebrecht.
Na ocasião, Moreno prestou depoimento e foi liberado. O nome do assessor aparecia em uma das planilhas.

No dia da Operação Xepa, 22 de março deste ano, a força-tarefa da Lava Jato apontou que a empresa tinha um setor responsável pelo pagamento de propina a agentes públicos, chamado Departamento de Operações Estruturadas.

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