O
governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, durante entrevista no último
dia 1º no Palácio do Planalto (Foto: Luciana Amaral/G1)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta
sexta-feira (16) abertura de inquérito para apurar o envolvimento do governador
de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), com fatos vinculados à Operação Lava
Jato. A suspeita é de crime de corrupção passiva.
A investigação, que tramita em segredo de Justiça, foi
aberta a pedido da Procuradoria Geral da República, que quer apurar menção ao
governador em planilhas apreendidas durante uma das fases da Lava Jato e que
apontam repasses da construtora Odebrecht a políticos.
Os documentos foram remetidos ao STJ pelo juiz Sérgio
Moro, do Paraná, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça
Federal, em razão do foro privilegiado dos governadores. O G1 procurou
a assessoria do governador Raimundo Colombo e aguardava resposta até última
atualização desta reportagem.
O inquérito aberto pelo STJ não tem relação com a delação
premiada em curso assinada por 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Atualmente, eles estão prestando depoimentos para confirmar o que sabem sobre
as irregularidades apuradas na Lava Jato. Os executivos estão dando detalhes,
entre outras coisas, sobre o funcionamento do departamento de propina dentro da
empresa.
Operação Xepa
Além de abrir o inquérito, o STJ também determinou a
coleta de provas pedidas pela Procuradoria, entre as quais a obtenção de dados
telefônicos de um assessor do governo de Santa Catarina, André Agostini Moreno,
alvo de condução coercitiva em Florianópolis na 26ª
fase da Lava Jato, intitulada Operação Xepa, que se concentrou no
Grupo Odebrecht.
Na ocasião, Moreno prestou depoimento e foi liberado. O
nome do assessor aparecia em uma das planilhas.
No dia da Operação Xepa, 22 de março deste ano, a
força-tarefa da Lava Jato apontou que a empresa tinha um setor responsável pelo
pagamento de propina a agentes públicos, chamado Departamento
de Operações Estruturadas.
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