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de João Gabriel Alvarenga do Os Divergentes
Após o afastamento de Renan Calheiros da presidência do
Senado, outra tempestade pode atingir o governo e o PMDB em cheio. A
Procuradoria-Geral da República (PRG) pediu no Supremo Tribunal Federal (STF) o
deferimento de uma medida cautelar no inquérito que investiga o desvio de
dinheiro em contratos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Quatro
senadores são alvos da ação, segundo apurou a reportagem: Valdir Raupp, Jader
Barbalho, Romero Jucá e Edison Lobão, todos do PMDB.
A reportagem apurou também que além dos quatro
senadores alvos da cautelar, há um quinto nome ainda em sigilo. O processo
corre em segredo de justiça desde a última sexta-feira (2) no gabinete do
ministro Edson Fachin, relator do inquérito, e não há prazo para uma decisão.
Os pedidos feitos por Rodrigo Janot na cautelar também
estão em segredo de justiça, mas juridicamente uma ação cautelar é um pedido do
Ministério Público ou da Polícia que busca proteger um direito e pode terminar
em indisponibilidade de bens, busca, apreensão, prisão, condução coercitiva,
entre outros.
O esquema de propina em contratos da obra de Belo Monte
foi revelado ao Ministério Público Federal pelo delator Luiz Carlos Martins,
executivo da Camargo Corrêa e depois incrementado por outro delator, o
ex-senador Delcídio do Amaral. Segundo apurou a reportagem, na PGR a
investigação está avançada, mas procuradores ainda querem fazer novas
diligências até oferecerem denúncia no STF.
Apesar dessa investigação ter sido desmembrada da
operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras, a força tarefa da
operação na PGR é quem comanda os trabalhos de apuração já que as delações
premiadas acertadas atingem inquéritos de ambos os processos.
João Gabriel é colaborador de Os Divergentes
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