Do Jornal GGN
"Para o mundo, o Brasil está na lata do lixo. Um
Executivo desmoralizado, composto por políticos altamente corruptos, um
Legislativo quase todo vendido e um Judiciário que politiza suas decisões. E
ninguém mais tem ideologia", resumiu Luiz Alberto Moniz Bandeira em
entrevista ao GGN.
Para o cientista político, autor de mais de 20 obras,
entre elas "A Segunda Guerra Fria - Geopolítica e dimensão estratégica dos
Estados Unidos" (ed. Civilização Brasileira), o "Brasil hoje já não
existe para os estrangeiros".
Na crise das instituições, Moniz destaca o Judiciário.
Aos 81 anos de idade, afirma que nunca viu em sua vida um Supremo Tribunal
Federal (STF) tão desmoralizado, "em que cada ministro atua como quer,
toda hora falam à imprensa, adiantam suas decisões, politizam os
julgamentos".
"É claro que há gente boa, mas de modo geral, os
que estão estraçalham a imagem do Brasil. O STF sempre foi a Instituição mais
respeitada. Nunca vi uma coisa dessa na vida. Um país que politiza a Justiça,
acabou."
Além do Supremo, Moniz Bandeira lembrou da atuação da
Justiça de primeira instância na Operação Lava Jato. Para ele, além de
politizar os julgamentos, os investigadores e o juiz federal Sérgio Moro estão
colaborando para a derrubada da economia brasileira.
"Eu creio que as cooperações, tanto do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de Dallagnol [coordenador da
força-tarefa], estão prestando serviço ao estrangeiro, a uma nação estrangeira
e arrebentando as empresas nacionais de construção, as maiores, as que estão
encarregadas de projetos importantes", ressaltou.
Para ele, o objetivo dos EUA é manter o Brasil sob
controle, de forma a não ameaçar a soberania norte-americana. Com isso, às
custas de figuras do Judiciário que se alimentam da imagem e da auto-promoção,
o Departamento de Justiça dos Estados Unidos consegue o apoio de procuradores,
como se os mesmos fossem agentes da polícia americana.
"É uma forma de controlar o outro país, de
espionar. E esses que estão nessa campanha da Lava Jato atuam como se fossem
agentes. Mesmo não remunerados, o fato é que, objetivamente, estão a favorecer
uma nação estrangeira contra o Brasil. Estão a trabalhar contra os interesses
nacionais", disse.
As consequências disso, alerta o cientista político,
são os prejuízos causados à economia nacional, "muito maiores do que toda
a corrupção que tem". "O Brasil e as construtoras tem obras
espalhadas em diversos países da América Latina e da África paralisadas num
valor de mais de 6 bilhões de dólares", lembrou.
Por outro lado, a imagem criada de corrupção sobre as
empresas brasileiras aqui, tanto pela imprensa, quanto pela campanha massiva do
Judiciário, difere muito dos conceitos que os próprios norte-americanos têm de
proteção de seu mercado. "Porque os financiamentos do BNDES, os Estados Unidos
também fazem e outras nações, favorecendo as suas empresas nacionais. Não é
verdade que financiou Cuba, financiou as empresas brasileiras, as indústrias
nacionais, para que elas possam produzir e exportar", lembrou.
"Tem muitos [procuradores e investigadores] que
são manipulados. Muitos não tem consciência disso não. Esses procuradores,
Rodrigo Janot e outros, também estão por exibição, para autopromoção, estão
querendo assumir o governo do país. Estamos todos agora no país deles",
concluiu.
Sobre o acordo recente fechado pela Odebrecht, sob
intermediação dos investigadores da Operação Lava Jato, com o Departamento de
Justiça norte-americano, Moniz Bandeira ressaltou que se trata de um projeto
que visa atingir a segurança brasileira.
"Os anos como pretendem, porque a Odebrecht está
encarregada de várias projetos em defesa da soberania: a construção do
submarino nuclear com tecnologia da França. Isto, a fiscalização dos Estados
Unidos, é espionagem. A Odebrecht está encarregada de outros projetos, como a defesa
da costa, também de segurança nacional, e outros. É um absurdo",
manifestou.
Leia mais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário