terça-feira, 29 de novembro de 2016

Terra Indígena do Xingu terá Energia Solar

Casas de mais de 6 mil índios, terra indígena enfrenta o desafio que é o do Brasil: investir em energia limpa


Por Letícia Leite, jornalista do ISA

Até 2019, o ISA e a Associação Terra Indígena XinguAtix, em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP) vão levar a várias aldeias do Xingu, sistemas de geração de energia solar para 55 escolas, 22 postos de saúde e mais uma dezena de pontos comunitários de apoio às atividades produtivas no TIX. O projeto Energia Limpa no Xingu pretende se tornar uma referência em soluções de energia renovável, descentralizada e fácil de operar em comunidades isoladas, em especial na Amazônia.

Cacique Awaulukumá Waujá. Foto: Todd Southgatte / ISA
“É um sonho gerar energia em silêncio. O gerador dá muito trabalho, gasta muito diesel. A placa fica em silêncio e não dá trabalho”, disse o cacique Awaulukumá Waujá.

Os profissionais do sonho

A aldeia Piyulaga foi escolhida para ser a sede da formação de 32 novos profissionais, que farão a instalação e manutenção das placas solares. Durante cinco dias, em outubro, os alunos de 10 etnias receberam aulas dos engenheiros do IEE. Essa foi a segunda turma. Mais de 100 xinguanos vão receber o treinamento até o primeiro semestre de 2017.


Revolução energética
A formação dos eletricistas e a instalação das placas solares são parte de uma meta ambiciosa, verdadeira revolução energética: reduzir o consumo do diesel em 75% nos quatro “pólos” do TIX, centros comunitários com instalações de saúde, educação e comunicação. Mais de 80 aldeias com escolas e postos de saúde também serão beneficiadas.

O diesel é necessário para fazer funcionar todas essas instalações, além de uma série de atividades produtivas e de lazer cotidianas. O tamanho da conta depende da população de cada aldeia. Os recursos do governo para compra do combustível, porém, são insuficientes.


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