Casas de mais de 6 mil
índios, terra indígena enfrenta o desafio que é o do Brasil: investir em
energia limpa
Por Letícia Leite, jornalista do ISA
Até 2019, o ISA e a Associação Terra Indígena Xingu — Atix, em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE-USP) vão levar a várias aldeias do Xingu, sistemas de geração de energia solar para 55 escolas, 22 postos de saúde e mais uma dezena de pontos comunitários de apoio às atividades produtivas no TIX. O projeto Energia Limpa no Xingu pretende se tornar uma referência em soluções de energia renovável, descentralizada e fácil de operar em comunidades isoladas, em especial na Amazônia.
Cacique
Awaulukumá Waujá. Foto: Todd Southgatte / ISA
“É um sonho gerar energia em silêncio. O gerador dá muito
trabalho, gasta muito diesel. A placa fica em silêncio e não dá trabalho”,
disse o cacique Awaulukumá Waujá.
Os
profissionais do sonho
A aldeia Piyulaga foi escolhida para ser a sede da
formação de 32 novos profissionais, que farão a instalação e manutenção das
placas solares. Durante cinco dias, em outubro, os alunos de 10 etnias
receberam aulas dos engenheiros do IEE. Essa foi a segunda turma. Mais de 100
xinguanos vão receber o treinamento até o primeiro semestre de 2017.
Revolução
energética
A formação dos eletricistas e a instalação das placas
solares são parte de uma meta ambiciosa, verdadeira revolução energética:
reduzir o consumo do diesel em 75% nos quatro “pólos” do TIX, centros
comunitários com instalações de saúde, educação e comunicação. Mais de 80
aldeias com escolas e postos de saúde também serão beneficiadas.
O diesel é necessário para
fazer funcionar todas essas instalações, além de uma série de atividades
produtivas e de lazer cotidianas. O tamanho da conta depende da população de
cada aldeia. Os recursos do governo para compra do combustível, porém, são
insuficientes.
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