Em
defesa dos consumidores e dos bancários
Justiça do Maranhão suspende fechamento de agências do
Banco do Brasil no estado
Por
Ivan Richard Esposito - Agência Brasil
A Justiça do Maranhão suspendeu hoje (28), de forma
liminar, o fechamento de agências do Banco do Brasil no estado, medida prevista
no plano de reorganização institucional, anunciado no inicio
do mês e com implementação prevista para 2017. A decisão é do juiz titular da
Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, Douglas de Melo Martins,
que acatou pedido feito pelo Procon do Maranhão, em ação civil pública ajuizada
na última quarta-feira (24).
Na decisão, o magistrado afirma haver “risco
irreparável ou de difícil reparação” ao direito dos consumidores caso o Banco
do Brasil coloque em prática a decisão de fechar agências no estado. “A
plausibilidade jurídica das alegações do autor está demonstrada, pois a conduta
do réu provoca um desequilíbrio no sistema de proteção ao consumidor,
onerando-o demasiadamente”, diz trecho da decisão.
Procurado pela Agência Brasil, o banco
ainda não se posicionou sobre a decisão. Com a reorganização, o Banco do Brasil
reduziria de 118 para 105 agências e passaria a ter 51 postos de atendimento em
vez dos 43 atuais. O banco possui 1.892 funcionários no Maranhão e 248 fazem
parte do público potencial do Plano Extraordinário de Aposentadoria
Incentivada, que prevê adesão voluntária. Atualmente, oferece 161 unidades de
atendimento no estado, sendo 118 agências e 43 postos de atendimento. De acordo
com a instituição, os clientes também contam ainda com 357 correspondentes
bancários, 1.017 caixas eletrônicos BB e 261 terminais da rede Banco 24h no
estado.
Danos aos consumidores
Para o juiz, os consumidores atingidos pelo fechamento
da agência sofrerão “graves danos, decorrentes da diminuição na qualidade do
serviço prestado, além de ficarem sujeitos a longos deslocamentos para que
utilizem os serviços bancários contratados, o que, além do incômodo, gera risco
para vida e segurança dos clientes, principalmente do interior do estado”
Na ação civil pública, o presidente do Procon no
Maranhão e diretor dos Procons Nordeste, Duarte Júnior, sustenta que apesar de
haver a livre iniciativa, a decisão do Banco do Brasil de fechar agências fere
o direito do consumidor.
“Apresentamos as razões jurídicas também levando em
consideração a realidade local. O Maranhão é o estado que tem o pior acesso à
internet, com 9,8% das residências com acesso à rede mundial de computadores. É
diferente, por exemplo, de Brasília, em que 65% das residências têm acesso à
internet”, frisou Duarte Junior. “Não temos condições de permitir a troca do
atendimento presencial por um pela internet ou eletrônico”, acrescentou o
presidente do Procon.
Decisão
No despacho, o juiz Douglas de Melo Martins determina
que seja mantido o pleno funcionamento de todas as atuais agências do banco no
estado e que não ocorra mudanças das agências para postos de atendimento. Ele
pede ainda que o banco apresente relatório com motivação, os impactos
econômicos e a adequação das mudanças ao plano de negócios e à estratégia
operacional da instituição.
Além disso, determina que o Banco do Brasil aponte
quais serviços deixariam de ser prestados nos postos de atendimento e quais
continuarão sendo oferecidos e informe quais providências estão sendo ou foram
tomadas para não gerar impacto negativo aos consumidores.
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