Há no país
dois tipos de cidadãos: os brasileiros comuns e os brasileiros especiais
Blog Josias de Souza
Os comuns têm o imposto de renda descontado
mensalmente no contracheque. E honram todos os outros tributos na hora em que
pagam no caixa do comércio pelas coisas que compram.
Os brasileiros especiais
brincam de esconde-esconde com a Receita Federal, sonegam impostos e esperam
que o governo aprove algum plano que lhes perdoe os crimes e ofereça vantagens
fiscais.
O programa de repatriação do dinheiro que brasileiros entesouraram
ilegalmente no exterior é mais uma festa organizada para premiar sonegadores.
Alega-se que foram repatriadas apenas verbas de origem
lícita. Isso é conversa fiada. O dinheiro deixou de ser lícito no instante em
que migrou para o exterior sem o pagamento dos tributos devidos.
Cometeram-se
no mínimo os crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas. Daí para a lavagem
de dinheiro procedente do submundo do crime é um pulinho.
A repatriação
enxaguou e passou a ferro todo esse dinheiro de má origem.
Quebrado, o governo não tem muita alternativa. Entrega
a alma para conseguir dinheiro. Arrecadou quase R$ 51 bilhões ao regularizar uma fortuna de quase R$ 170
bilhões enviada para o estrangeiro às escondidas por 25 mil empresas e uma
centena de pessoas. A festa deve continuar.
Renan Calheiros, o notório
presidente do Senado, anuncia que apresentará um projeto para reabrir o bolso sonegador a partir de
janeiro. A mensagem que fica é que, no Brasil, quem paga imposto é otário.
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