Criado em 1960 pelo
norte-americano Charles MacDonald, o asfalto-borracha ou asfalto ecológico
A Associação de Municípios
da Região de Laguna (Amurel) convidou todos os prefeitos eleitos dos municípios
associados para participar da demonstração do processo de pavimentação de
asfalto ecológico que a empresa suíça Blue Climate AG fará no próximo dia 21 de
outubro, no município de São Martinho. O convite feito pela Amurel foi uma
solicitação do vice-prefeito de São Martinho Robson Back, prefeito eleito nas
eleições deste ano, que intermediou a vinda da empresa a partir de um contato
pessoal que possuiu, com a finalidade de buscar alternativas mais baratas e
ambientalmente menos poluidoras.
A demonstração está
marcada para ocorrer entre 10h e 11h30min, no Salto do Rio Capivaras, na
estrada geral de Vargem do Cedro, interior de São Martinho.
Sete pessoas da empresa
suíça estarão no local para apresentar a tecnologia utilizada, fazer comparativos
com o asfalto convencional e explicar sobre a resistência do material,
impermeabilidade, ganhos ecológicos e outras vantagens do processo.
Por Álvaro Dalmagro -
Assessoria de Comunicação da Amurel
Asfalto-borracha ou ecológico
O
asfalto-borracha ou asfalto-ecológico pode até parecer uma novidade em
pavimentação, mas não é. Usado nos Estados Unidos há mais de 40 anos, ele só
começou a ser visto no Brasil por volta do ano 2000, depois que a patente que
protegia a tecnologia venceu. Foi o start para que a adição do pó extraído de
pneus usados ao ligante asfáltico se tornasse praticável.
Os números
são incertos, mas pesquisadores chegam a dizer que há atualmente mais de 8 mil
km de estradas pavimentadas com asfalto-borracha no Brasil.
O número é
pequeno diante de uma malha asfáltica de 170 mil km, mas a popularização é
crescente entre as grandes concessionárias de rodovias: 22% das estradas
administradas pelo Grupo EcoRodovias já possuem pavimentação com
asfalto-borracha (o equivalente a 1,5 mil km) e o grupo CCR, outro gigante do
setor, possui pavimentação do tipo em 15% de suas rodovias.
O material é
caracterizado por mistura descontínua com ligante asfáltico modificado por
borracha triturada de pneus e compactado a quente. Segundo especialistas,
quanto maior o teor de borracha aplicado - 5% pelo método industrial ou até 20%
pelo sistema "in situ field blend mais eficiente o pavimento,
especialmente no quesito durabilidade. "Em geral, o pavimento de
asfalto-borracha é cerca de 40% mais resistente do que o asfalto
convencional", explica Paulo Rosa, engenheiro-assessor de projetos
especiais da Ecovias, empresa do grupo EcoRodovias.
Além da
resistência e diminuição de custos de manutenção, a adição da borracha traz
outras vantagens.
"O
asfalto-borracha tem maior aderência, o que ajuda a evitar derrapagens e reduz
o spray causado pelos pneus em dias de chuva", acrescenta o engenheiro.
Além disso,
pode ser utilizado em qualquer rodovia com as mesmas condições da aplicação do
asfalto convencional.
A ressalva é
que esse tipo de pavimentação é cerca de 30% mais caro.
Vantagens ambientais
Criado em 1960 pelo norte-americano Charles MacDonald, o
asfalto-borracha cobre hoje aproximadamente 70% da malha rodoviária do Arizona.
Também está presente nos Estados da Califórnia, Flórida e Texas. Fora dos
Estados Unidos, a tecnologia pode ser vista na África do Sul e em Portugal,
além do Brasil
O uso de pneus descartados (que
no Brasil chegam a 30 milhões por ano) na produção de asfalto leva a uma
economia de:
- Petróleo (R$ 14 milhões/1.000 km em asfaltos);
- Pedras (R$ 26
milhões/1.000 km);
- Energia (R$ 10 milhões/1.000 km em transporte);
- Tempo de viagens (25 milhões
veículos/ano);
- Aterros sanitários (R$ 8
milhões/1.000 km).
FONTE: Consórcio Univias
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