É um número impressionante: 485.908 candidatos a prefeitos,
vice-prefeitos e vereadores em todos os 5.570 municípios brasileiros (com
exceção do Distrito Federal e de Fernando de Noronha). Esta avalanche de
candidatos confirma a participação democrática maciça do povo brasileiro que
quer votar, mas também quer ser votado nas eleições municipais.
por João
Guilherme Vargas Netto*
O número de
candidatos representa 3% do total de filiados aos 35 partidos que disputam as
eleições em 2 de outubro. A partir de seus resultados poderão ocorrer ainda as
eleições em segundo turno em 92 cidades com mais de 200 mil eleitores. Em quase
metade dos municípios, principalmente os menores, disputam apenas dois
candidatos a prefeito mas, em geral, as alternativas são bem maiores; só em 99
cidades há um candidato a prefeito, mas em Campo Grande, por exemplo, há 15
deles.
Segundo as
estatísticas e classificações dos tribunais eleitorais o maior contingente de
candidatos é formado de agricultores, seguido por servidores públicos
municipais, comerciantes, empresários, vereadores que buscam a reeleição e
donas de casa. Não aparecem, nos números dos tribunais, dirigentes sindicais
especificados.
Submetidos
às regras novas de duração, de financiamento e de campanha, estas eleições são
atípicas, também pela conjuntura de crise em que se realizam mas, de acordo com
uma regra empírica, seus resultados determinarão a composição dos Legislativos
a serem eleitos em 2018.
O movimento
sindical tem dificuldade em participar nas eleições porque elas são partidárias
e a Constituição proíbe a partidarização no sindicato. No entanto, várias
entidades conseguem apresentar candidatos da categoria e apoiam outros aliados,
com resultados, diga-se a bem da verdade, que deixam a desejar.
Quero destacar,
aqui em São Paulo, a experiência de dois sindicatos que têm conseguido com
atividades inteligentes participar do processo eleitoral interagindo com os
postulantes e candidatos e apresentando a eles suas propostas.
O sindicato dos
Engenheiros (cuja sede é o local contratado por várias candidaturas para a
realização de eventos) organizou uma série de cafés da manhã com todos os
eventuais pré-candidatos sem nenhuma discriminação e pretende agora receber os
candidatos. O Sinesp – sindicato municipal dos diretores de escolas públicas –
em seu 20º Congresso da categoria recebeu para apresentações sucessivas os mais
destacados candidatos à prefeitura de São Paulo.
Ambos assim
o puderam fazer porque consolidaram ao longo dos anos a estratégia de politizar
sem partidarizar.
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