Bancários
afirmam que proposta dos bancos não condiz com os altos lucros que os bancários
geraram no primeiro semestre deste ano, apesar de uma certa estagnação da
economia: Itaú R$ 11,714 bilhões; Bradesco R$ 8,717 bilhões, Banco do Brasil R$
8,526 bilhões; Caixa: R$ 3,5 bilhões; Santander R$ 3,308 bilhões. A categoria
reivindica 16% de aumento (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real),
valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese
(R$ 3299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego
e fim da terceirização entre outros.
Greve a partir da próxima terça-feira
(6). Essa foi a resposta que os bancários de todo o Brasil decidiram dar para a
proposta desrespeitosa apresentada pela Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban), na última sexta-feira (25). A categoria ainda fará novas assembleias
na próxima segunda-feira (5), para organizar o movimento.
O Comando Nacional dos Bancários,
coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), orientou pela rejeição das propostas dos bancos por
considerá-las desrespeitosas. A Fenaban propõe reajuste de 5,5% no salário,
também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$
2.500,00, durante a rodada de negociação da última sexta-feira (25), em São
Paulo. O reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto
deste ano.
Roberto von der Osten, presidente da
Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional, classificou como
desrespeitosa e oportunista a atitude dos bancos. “Justamente o setor que mais
tem lucro no Brasil apresentou a pior propostas que os trabalhadores poderiam
receber”, afirmou. “A resposta dos bancários não poderia ser outra senão greve.
Exploração não tem perdão”, completou.
Juvandia Moreira, vice-presidenta da
Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional, lembrou que os 5
maiores bancos do País lucraram 36 bilhões no primeiro semestre, um crescimento
de 27%, em relação ao ano passado. “Aí chega na hora de negociar, eles
desrespeitam todas as nossas reivindicações, como as de saúde, segurança e
condições de trabalho. É uma proposta vergonhosa. A categoria bancária tem de
ser respeitada, valorizada, pois são os responsáveis pelos lucros”, repudiou.
“Temos condição de fazermos uma greve muito forte para mostrar a reprovação dos
trabalhadores com a proposta dos bancos”, convocou.
Os funcionários dos bancos públicos
além de rejeitarem a proposta da Fenaban, repudiaram também a falta de
propostas das instituições para as pautas de reivindicações específicas.
Na última quarta-feira (30), a
Contraf-CUT enviou ofício à Fenaban para informar que o Comando Nacional dos
Bancários estará reunido, em São Paulo, nesta sexta-feira (2). O documento
reafirmou a disposição de retomada das negociações para uma proposta global de
resolução da Campanha Nacional 2015 “que contemple o reajuste do salário dos
bancários pela inflação do período, acrescido de um ganho real que valorize os
trabalhadores”.
Proposta dos bancos
Piso portaria após 90 dias – R$
1.321,26.
Piso escritório após 90 dias – R$
1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias –
R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais
R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro
líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro
líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica – 54% do salário mais
fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido
– o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro
líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição – R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta
– R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71
meses) – R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83
meses) – R$ 323,84.
Gratificação de compensador de cheques
– R$ 147,11.
Requalificação profissional – R$
1.294,49.
Auxílio-funeral – R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade
decorrente de assalto – R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.
As reivindicações da categoria. Confira:
As reivindicações da categoria,
apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da
proposta dos bancos.
-Reajuste salarial de 16%. (incluindo
reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
-Piso: R$3.299,66 (equivalente ao
salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
-Vales alimentação, refeição, 13ª cesta
e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
-Melhores condições de trabalho com o
fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
-Emprego: fim das demissões, mais
contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos
de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção
158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
-Plano de Cargos, Carreiras e Salários
(PCCS) para todos os bancários.
-Auxílio-educação: pagamento para
graduação e pós.
-Prevenção contra assaltos e
sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de
serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com
detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas.
Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por
funcionários.
-Igualdade de oportunidades: fim às
discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros,
gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Resultado das
assembleias
Conforme informações já enviadas para a Contraf-CUT até as 21h30 desta
quinta-feira (01), a Greve foi aprovada nas assembleias dos sindicatos de:ABC (SP)
Acre (AC)
Alagoas (AL)
Alegrete (RS)
Amapá (AP)
Angra dos Reis (RJ)
Apucarana (PR)
Araranguá (SC)
Bahia (BA)
Barretos (SP)
Belo Horizonte (MG)
Blumenau (SC)
Brasília (DF)
Campina Grande (PB)
Campinas (SP)
Campo Grande (MS)
Campo Mourão (PR)
Campos de Goytacazes (RJ)
Carazinho (RS)
Caxias do Sul (RS)
Ceará (CE)
Chapecó (SC)
Cornélio Procópio (PR)
Criciúma (SC)
Curitiba (PR)
Dourados (MS)
Extremo Sul da Bahia (BA)
Feira de Santana (BA)
Florianópolis (SC)
Guarapuava (PR)
Guarulhos (SP)
Ipatinga (MG)
Itabuna (BA)
Itaperuna (RJ)
Jundiaí (SP)
Limeira (SP)
Londrina (PR)
Macaé (RJ)
Maranhão (MA)
Mato Grosso (MT)
Mogi das Cruzes (SP)
Niterói RJ
Nova Friburgo (RJ)
Paraíba (PB)
Pará (PA)
Paranavaí (PR)
Passo Fundo (RS)
Pernambuco (PE)
Petrópolis (RJ)
Piauí (PI)
Piracicaba (SP)
Ponta Grossa (PR)
Porto Alegre (RS)
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte (RN)
Rondônia (RO)
Rondonópolis (MT)
Roraima (RR)
Santa Cruz do Sul (RS)
Santa Maria (RS)
Santa Rosa (RS)
São Paulo (SP)
Taubaté (SP)
Teófilo Otoni (MG)
Teresópolis (RJ)
Toledo (PR)
Três Rios (RJ)
Vale do Paranhana (RS)
Vale do Ribeira (SP)
Videira (SC )
Vitória da Conquista (BA)
Zona da Mata e Sul de Minas (MG)
Fonte: Contraf-CUT
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