domingo, 18 de novembro de 2012

Mesmo enfrentando três crises em oito meses, Grubba segue firme no governo

Grubba de terno (foto: Glauco Araújo/G1)
Currículo de respeito e reputação de homem correto e preparado sustentam o Secretário de Segurança
Enquanto no primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff os ministros caiam em cascata, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, continua com o prestígio inabalado mesmo enfrentando a terceira crise oito meses. Resultado de um currículo de respeito no Ministério Público (MP) e reputação de homem correto e preparado.
A manutenção do promotor não pode ser atribuída a um cenário de estabilidade. Desde abril, foram três crises: demissão do delegado Cláudio Monteiro, então diretor da Deic; o suposto envolvimento do secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Fernando Rodrigues, no desvio de veículos usados e ferro velho do Detran; e a onda de atentados impensável para um Estado que se vangloriava de ser o mais seguro do Brasil.
Mas a permanência não significa unanimidade. Grubba enfrenta resistência do PMDB e dentro da própria secretaria, com a Polícia Civil. No processo sobre o suposto desvio de carros usados e ferro velho, consta que a Polícia Civil atuou contra ele porque sempre teve delegados nomeados para cargos na pasta. Também aparece uma citação ao PMDB, que dirigiu a pasta durante os dois últimos governos, administrando um dos maiores orçamentos de SC.
Apesar da resistência e das crises, o governador Raimundo Colombo jamais ventilou a possibilidade de substituição. Grubba faz parte da cota pessoal de Colombo no secretariado e a nomeação atendeu a promessa de campanha de nomear um técnico para a segurança pública. O promotor apareceu como fato novo e recebeu muitos elogios depois do bombardeio sofrido pelo governo Luiz Henrique ao nomear o deputado Ronaldo Benedet(PMDB), que usou a estrutura para fazer carreira política.
O currículo de Grubba avaliza a aposta. Ele esteve a frente do caso do bordel, ocorrido em 2003, quando oficiais da Polícia Militar e membros do governo estariam em uma casa de prostituição, em Joinville, no momento de uma blitz. Em Florianópolis, atuou na 1ª Vara criminal, local onde estão os principais processos da cidade. Por último, liderou o Centro Operacional Criminal do MP.
O prestígio de Grubba também é consequência da reputação de correção e zelo pelo dinheiro público exigindo rigoroso controle nas diárias. A falta de aspirações políticas é comemorada porque evita medidas populistas como já ocorreu no passado, quando atos políticos era realizados para entregar viaturas que depois não podiam rodar por falta de dinheiro para o combustível. O aliados confessam que só falta o promotor ser bom de entrevista. A falta de desenvoltura ao microfone é visível.
Diário Catarinense

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