Os princpais acessos à cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, foram bloqueados por protestos que marcam a greve nacional convocada por sindicatos contra a política da presidente Cristina Kirchner. A greve afetou o comércio e as ligações aéreas regionais, segundo informou a Agência Lusa. A paralisação resultou no cancelamento de vôos da Aerolíneas Argentinas tanto no aeroporto doméstico de Buenos Aires quanto no aeroporto internacional de Ezeiza. A companhia aérea chilena LAN anunciou, em comunicado, o cancelamento de voos internos e regionais, inclusive para São Paulo.
"Há centenas de barreiras em todo o país", disse à imprensa um dos responsáveis pela greve, Oscar de Isasi, pedindo ao governo para "mudar de rumo", duas semanas após a realização de grandes manifestações em todo o país, consideradas um sinal da perda do apoio da classe média ao governo.
A greve foi convocada por uma ala da Confederação Geral do Trabalho (CGT) e outra da Central Obrera de Trabalhadores da Argentina (CTA). Entre as reivindicações dos sindicatos estão aumento do salário mínimo, redução no imposto sobre rendimentos - que atinge cada vez mais os trabalhadores -, melhorias nas pensões e a destinação de 20 milhões de pesos (cerca de R$ 8,6 milhões) para obras sociais geridas pelos sindicatos. Esse montante vem dos salários dos trabalhadores para gastos do governo com saúde.
Segundo noticiou a agência pública de notícias da Argentina, Télam, o secretário geral da CTA opositora, Pablo Micheli, afirmou que a “paralisação foi um êxito”. “Nos metem a mão nos bolsos cobrando impostos além da conta fazendo com que cresça a receita do país”, protestou. Ele anunciou uma conferência de imprensa na sede da CGT para as 18h.
Segundo a CGT há mais de 160 pontos de paralisação no país. A paralisação resultou no cancelamento de vôos da Aerolíneas Argentinas tanto no aeroporto doméstico de Buenos Aires quanto no aeroporto internacional de Ezeiza. Houve paralisação também nos serviços bancários. A companhia aérea chilena LAN anunciou, em comunicado, que vai anular "todos os vôos internos que têm descolagem prevista antes das 16h" locais e sete voos regionais para São Paulo (Brasil), Lima (Peru) e Santiago do Chile.
“Quero convocar meus companheiros trabalhadores a um exercício de responsabilidade na defesa, não do governo, mas do projeto político que gerou mais de 5 milhões e meio de postos de trabalho e onde a construção tem sido um ramo fundamental”.
No último dia 08 de novembro a Argentina foi palco de um protesto que mobilizou centenas de milhares de protestos em todo o país contra o governo de Cristina Kirchner.
Em entrevista a uma rádio argentina, o ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, lembrou que esta é a primeira paralisação dos últimos dez anos e considerou se tratar de uma “paralisação política fora das demandas dos trabalhadores”. “É justamente o contrário, porque afeta o direito a trabalhar de milhões de trabalhadores”, disse.
Ele afirmou que os sindicatos buscam gerar um clima de “violência e enfrentamento”. “Mas não vamos responder ás provocações, porque nunca criminalizamos o protesto social, ainda que repudiemos essa metodologia de extorsão”.
O ministro criticou o bloqueio às principais vias da capital “Podem exercer seu direito de protestar e de greve, mas não podem impedir que o resto dos argentinos trabalhem”, disse.
Fonte: EBC Internacional
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