Por Esmael Morais
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
aprovou nesta quinta-feira (20/01) a aplicação do imunizante CoronaVac em
crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos – exceto em casos de
menores imunossuprimidos (com baixa imunidade). A decisão foi tomada durante
reunião extraordinária da diretoria colegiada.
Crianças e adolescentes com comorbidades também poderão
receber a vacina, que será aplicada em duas doses, com intervalo de 28 dias. A
vacina é a mesma utilizada atualmente na imunização de adultos, sem nenhum tipo
de adaptação para uma versão pediátrica.
A decisão foi unânime. Ao todo, cinco diretores votaram
a favor da liberação: Meiruze Sousa Freitas, Alex Machado Campos, Rômison
Rodrigues Mota, Cristiane Rose Jourdan e o próprio diretor-presidente da
Anvisa, Antônio Barra Torres.
Por meio das redes sociais, o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, comentou a aprovação do uso emergencial da CoronaVac para a
faixa etária de 6 a 17 anos. “Todas as vacinas autorizadas pela Anvisa são
consideradas para a PNO [Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra
Covid-19]. Aguardamos o inteiro da decisão e sua publicação no DOU”, disse, em
sua conta no Twitter.
Butantan
Por meio de nota, o Instituto Butantan, fabricante da
CoronaVac em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, informou que a
autorização ocorreu após avaliação de pedido enviado à Anvisa no dia 15 de
dezembro, embasado em estudos de segurança e resposta imunológica vindos de
países como Chile, China, África do Sul, Tailândia e também do Brasil.
“A CoronaVac é cientificamente comprovada como a vacina
mais segura e com menos efeitos adversos, além de ser a vacina mais utilizada
em todo o mundo, com mais de 211 milhões de doses administradas no público
infantil e juvenil (de 3 a 17 anos) somente na China”, destacou o comunicado.
“O Instituto Butantan, que há 120 anos trabalha a serviço da vida, está
preparado para fazer parte de mais esta batalha para derrotar o vírus da
covid-19 no país”, concluiu a nota.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse
haverá uso imediato de 8 milhões de doses da Coronavac nos 645 municípios
paulistas. Outras 7 milhões de vacinas serão oferecidas a Estados e Prefeituras
que tiverem interesse no imunizante do Instituto Butantan.
“É mais um momento histórico em defesa da ciência e da
vida este início da vacinação com a Coronavac, a vacina do Butantan, de
crianças de seis a 11 anos”, afirmou Doria. “Quero cumprimentar e agradecer à
Anvisa pela postura em defesa da vida, da existência e do direito dos
brasileiros de optarem pela vacina para sua proteção e de seus filhos”,
acrescentou.
Fornecimento de doses para o Brasil
São Paulo foi o primeiro estado do Brasil a iniciar a
vacinação infantil contra o coronavírus, no último dia 14, horas após receber
doses pediátricas do imunizante da Pfizer via Ministério da Saúde. Até então, a
vacina era a única liberada pela Anvisa.
O Governo do Estado já informou o Ministério da Saúde
que o Instituto Butantan pode firmar um novo contrato de fornecimento de doses
ao PNI (Plano Nacional de Imunizações). Em 2021, 100 milhões de doses da
Coronavac abasteceram o país desde o dia 17 de janeiro, quando São Paulo
iniciou a vacinação em todo o Brasil.
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