quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O DRAMA DOS OPERÁRIOS SEM INDÚSTRIA

“Não me sinto empreendedor”, lamenta-se um ex-metalúrgico. Em seis anos, 28 mil fábricas foram fechadas – e 1,4 milhões de empregos, perdidos. A reprimarização se aprofunda. À mão de obra qualificada, restam os “empregos de merda”

Por Regiane Oliveria, no El País Brasil

“Sou o terceirizado, do terceirizado, do terceirizado do Mercado Livre”. É assim que Diego Machado Ferreira, de 34 anos, explica sua situação trabalhista. Demitido da Ford em 2019, o ex-metalúrgico tem uma rotina semelhante à do personagem principal do filme Você não estava aqui, de Ken Loach. Sai às 6h da manhã para encarar a fila de entrega do galpão localizado no Parque São Lourenço, extremo Leste da capital paulista. Quanto mais pacote ele consegue despachar, mais ele recebe, o que significa comprometer o almoço e, com frequência, contar com uma ajudante para acelerar as entregas. A diferença entre ficção e realidade é que, ao contrário do personagem do filme, Ferreira não comprou a ideia de que ele é seu próprio patrão por ter aberto uma microempresa. “Não me sinto empreendedor.”

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