Por CanalMeio
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém até hoje uma empresa offshore no paraíso fiscal da Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, com patrimônio de US$ 9,55 milhões (cerca de R$ 55 milhões). A informação consta de um imenso banco de dados, chamado Pandora Papers, montado por um consórcio de veículos de comunicação de diversos países e expõe casos semelhantes de empresários brasileiros e autoridades de diversos países. Ter uma offshore não é ilegal, desde que a empresa e seu patrimônio tenham sido declarados à Receita Federal, o que é o caso de Guedes. Porém, o fato de o ministro comandar a política econômica brasileira e tomar decisões que impactam câmbio e tributação, com reflexos sobre bens no exterior, traz um aparente conflito com o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal (íntegra). Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, também é apontado como dono de offshores, mas fechou uma delas e diz não fez remessas de capital para as demais nem investiu com recursos delas desde que assumiu o cargo. Entretanto, ele e Guedes, à frente do Conselho Monetário Nacional (CMN), aprovaram medida beneficiando possuidores de recursos no exterior. Guedes e Campos negaram ilegalidades, e o Planalto ainda não se manifestou. (Piauí)
Parlamentares da
oposição pretendem acionar o Ministério Público Federal para que investigue eventuais
conflitos de interesses e benefícios que Guedes e Campos possam ter obtido. O
líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), quer a convocação dos
dois para darem explicações aos deputados. (Folha)
O procurador-geral da
República, Augusto Aras, disse que vai mandar
um ofício ao ministro pedindo explicações. (Poder360)
Além de Guedes e
Campos Neto, donos das maiores empresas do país e presidentes de bancos também
mantém offshores em paraísos fiscais - o que, é importante lembrar, não é
ilegal em si. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de
Administração do Bradesco, e outros nomes ligados ao banco, também
têm empresas nas Ilhas Virgens Britânicas. A lista conta, ainda, com
outros presidentes, como Paulo Henrique Costa, do BRB, Marco Antonio Linares,
do Original, Marciano Testa, presidente do Agibank, e o co-fundador da MRV
Rubens Menin, do Banco Inter. Entre os empresários da
lista, estão os donos de empresas os irmãos Andrea, Eduardo e Fernando
Parrillo, da Prevent Senior; o dono do grupo Guararapes (Riachuelo), Flávio
Rocha; os donos da Grendene, Pedro e Alexandre Grendene; Paulo Junqueira Moll,
da Rede D’Or. (El País Brasil)
A lista do Pandora
Papers também é farta em autoridades internacionais. São 14
chefes de estado e governo na ativa e outros 21 que já deixaram o
poder: Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão; Andrej Babiš, que tenta se
reeleger esta semana premiê da República Tcheca; Volodymyr Zelenskiy,
presidente da Ucrânia, e muitos outros. Sem contar toda
a corte que gravita em torno do presidente russo Vladimir Putin.
(Guardian)
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