No dia 13 de maio, a americana Cat de Almeida publicou
em sua página no Facebook um post no qual sugere que sofreu abuso sexual pelo
produtor de cinema brasileiro e curador de festivais internacionais Gustavo
Beck. Ela escreveu o nome de Beck no topo da longa postagem e disse que queria
falar sobre a sua experiência de “agressão sexual, machismo e opressão” na
indústria do cinema. Também digitou que “estupro é um crime violento onde o
sexo é a arma”.
Dezenas de pessoas compartilharam o post (já apagado da
rede). Uma delas foi a cineasta brasileira Flora Dias, que comentou brevemente
a sua experiência profissional com Beck e escreveu: “Meu apoio e carinho às
mulheres que decidiram trazer à tona relatos da prática abusiva sistemática
desse sujeito”. Outro compartilhamento saiu da conta da cineasta Deborah
Viegas, ex-namorada de Beck, que incluiu um relato pessoal e disse ao final:
“se alguém quiser partilhar qualquer experiência em off, sintam
se livres pra me mandar uma mensagem privada”. Por meio dos contatos
feitos a partir dos posts, mulheres passaram a conversar entre si sobre suas
experiências com Beck.
O Intercept entrou
em contato com algumas dessas mulheres, e 18 delas dividiram conosco
suas memórias. Além de Almeida, apenas outras duas aceitaram ter seus nomes
revelados – as demais pediram para não ser identificadas por medo de
represálias. Os relatos das mulheres divididas em seis países repetem histórias
semelhantes de violência sexual, física ou psicológica por parte de Beck. Assim
como no caso do produtor americano Harvey Weinstein, elas nos
disseram que foi a influência de Beck no mundo do cinema que fez com que as
vítimas evitassem denunciá-lo.
Em carta enviada ao Intercept, ele negou as acusações
“incondicionalmente”.
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