Empresária recebe milhões do governo do Ceará para
entregar quentinhas a presos inexistentes
Por Nayara Felizardo – Intercepy
A mistura de papel higiênico molhado com creme dental
tornou-se um dos pratos típicos das penitenciárias cearenses, me contou por
telefone Rodrigo*, que saiu recentemente da cadeia. “É uma forma de enganar a
fome”, diz. A mesma coisa me disse Silvana*, irmã de outro detento que
ainda está preso. A comida entregue nas penitenciárias, segundo os dois,
frequentemente chega azeda e o frango, principal proteína servida na quentinha,
está sempre cru.
Relato parecido foi feito por uma presa que estava
grávida. “Cansei de botar a colher no frango e escorrer sangue e eu comi assim
mesmo, porque só tinha aquilo”, contou aos pesquisadores de um dossiê
entregue em maio por familiares de detentos à Comissão de Direitos
Humanos da Assembleia Legislativa do estado. Presa no começo da gravidez com 76
kg, ela chegou ao final da gestação 6 kg mais magra.
Beba
na fonte> https://theintercept.com/2020/07/06/empresaria-quentinhas-nao-entregues-presos-ceara/
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