sexta-feira, 8 de maio de 2020

Pesca da tainha resiste à presença do coronavírus em Santa Catarina

Doença modificou a rotina de trabalho, mas não tirou a esperança de boa safra que já foi anunciada pelos ventos gelados do sul. Pedro Inácio, de 55 anos, patrão do Rancho de Pesca Aparício do Deca – Foto: Anderson Coelho/ND

Caroline Borges – NDMAIS

“É a nossa tradição e o ganha pão de muitos. A gente não pode abandonar”. Com essas palavras, em tom de resistência, é que o pescador Pedro Inácio, de 55 anos, descreve o início de mais uma temporada da tainha em Santa Catarina.

Singular neste ano, por conta do isolamento social, a centenária prática da pesca da tainha se mantém viva apesar do perigo invisível que paira pelo ar.

Não bastasse o mar furioso e os ventos fortes que chegam com o frio e estremecem os ranchos construídos nas praias, os pescadores artesanais agora se expõem à Covid-19 – doença provocada pelo vírus que infectou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. No Estado, a doença já atingiu mais de 3 mil pessoas e matou pelo menos 63.  

Com os olhos emocionados que podem ser parcialmente vistos atrás da máscara de pano que o protege, o patrão do Rancho Aparício do Déca, na praia do Campeche, tenta prever os próximos meses. Os ventos gelados vindos do Sul já anunciam a presença de muitos peixes.

Porém, ainda é cedo para ser assertivo na quantidade de pescado que será puxada pelos 50 pescadores que trabalham em seu rancho. A presença do vírus no Estado “mudou a rotina” de todos, dentro e fora do mar. 

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