Doença modificou a rotina
de trabalho, mas não tirou a esperança de boa safra que já foi anunciada pelos
ventos gelados do sul. Pedro Inácio, de 55 anos, patrão do Rancho de Pesca
Aparício do Deca – Foto: Anderson Coelho/ND
Caroline Borges – NDMAIS
“É a nossa tradição e o ganha pão de muitos. A gente
não pode abandonar”. Com essas palavras, em tom de resistência, é que o
pescador Pedro Inácio, de 55 anos, descreve o início de mais uma temporada da
tainha em Santa Catarina.
Singular neste ano, por conta do isolamento social, a
centenária prática da pesca da tainha se mantém viva apesar do perigo invisível
que paira pelo ar.
Não bastasse o mar furioso e os ventos fortes que
chegam com o frio e estremecem os ranchos construídos nas praias, os pescadores
artesanais agora se expõem à Covid-19 – doença provocada pelo vírus que
infectou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. No Estado, a doença
já atingiu
mais de 3 mil pessoas e matou pelo menos 63.
Com os olhos emocionados que podem ser parcialmente
vistos atrás da máscara de pano que o protege, o patrão do Rancho Aparício do
Déca, na praia do Campeche, tenta prever os próximos meses. Os ventos gelados
vindos do Sul já anunciam a presença de muitos peixes.
Porém, ainda é cedo para ser assertivo na quantidade de
pescado que será puxada pelos 50 pescadores que trabalham em seu rancho. A
presença do vírus no Estado “mudou a rotina” de todos, dentro e fora do
mar.
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