Por Fernando Brito - Cafezinho
Aí em cima está a razão do meu amor invejoso aos
cartunistas.
O Bennet, na Folha, resume o que se vem tentando dizer
aqui desde sexta-feira, com menos sucesso.
A elite econômica brasileira aderiu e vem sustentando a
ideia (e a prática) de que a saída para o problema econômico do Brasil é a
exclusão social, na forma de perda de direitos trabalhistas e sociais.
Assumiu como sua a formulação presidencial de que é
melhor empregos (poucos e vis) sen direitos do que o que seria direitos sem
empregos.
O que implica, necessariamente, numa regressão
democrática, porque é preciso forçar e fraudar para que os sentimentos de
frustração popular não encontrem na política o vetor capaz de opor-se a esta
iniquidade.
Para isso, é preciso demonizá-la a cada hora e minuto,
dizer que todos são iguais, todos são corruptos e que, claro, a corrupção é a fonte
seminal de todas as carências nacional, muito embora, agora que ela “acabou”,
fujam de explicar como não temos o maná dos céus caindo sobre o Brasil.
Não, sustentam que para acabar com a corrupção nas
obras e nos serviços públicos é preciso acabar…com as obras e serviços
públicos.
Sucateá-los, fazer com que se degradem ao tempo as
obras e à incúria e míngua os serviços, para que possam ser repassados – os que
puderem – aos investidores.
Como são medíocres, incapazes e incapazes de entender o
Brasil como um país e um povo, mas apenas como um grande entreposto por onde se
drenam trabalho e riquezas na natureza – e aí vai também o agronegócio – o
único defeito que veem no aprofundamento da pobreza da população é a
criminalidade violenta.
Mas destes, polícia e milícia fazem aptos a controlar.
Nem que seja à base de campos de concentração, formais e informais.
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