segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Sim, precisa desenhar como nossa elite aderiu ao fascismo


Por Fernando Brito - Cafezinho

Aí em cima está a razão do meu amor invejoso aos cartunistas.

O Bennet, na Folha, resume o que se vem tentando dizer aqui desde sexta-feira, com menos sucesso.

A elite econômica brasileira aderiu e vem sustentando a ideia (e a prática) de que a saída para o problema econômico do Brasil é a exclusão social, na forma de perda de direitos trabalhistas e sociais.

Assumiu como sua a formulação presidencial de que é melhor empregos (poucos e vis) sen direitos do que o que seria direitos sem empregos.
O que implica, necessariamente, numa regressão democrática, porque é preciso forçar e fraudar para que os sentimentos de frustração popular não encontrem na política o vetor capaz de opor-se a esta iniquidade.

Para isso, é preciso demonizá-la a cada hora e minuto, dizer que todos são iguais, todos são corruptos e que, claro, a corrupção é a fonte seminal de todas as carências nacional, muito embora, agora que ela “acabou”, fujam de explicar como não temos o maná dos céus caindo sobre o Brasil.

Não, sustentam que para acabar com a corrupção nas obras e nos serviços públicos é preciso acabar…com as obras e serviços públicos.

Sucateá-los, fazer com que se degradem ao tempo as obras e à incúria e míngua os serviços, para que possam ser repassados – os que puderem – aos investidores.

Como são medíocres, incapazes e incapazes de entender o Brasil como um país e um povo, mas apenas como um grande entreposto por onde se drenam trabalho e riquezas na natureza – e aí vai também o agronegócio – o único defeito que veem no aprofundamento da pobreza da população é a criminalidade violenta.

Mas destes, polícia e milícia fazem aptos a controlar. Nem que seja à base de campos de concentração, formais e informais.


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