Na prática, Moisés tenta ocupar o vácuo e se
consolidar como uma influente e longeva liderança política do estado. Ao impor
seu estilo ao PSL, o ex-bombeiro aproxima-se de setores menos radicais, a fim
de preparar o terreno para as eleições municipais de 2020. Um de seus
neoaliados é o vereador Tiago Silva, ex-MDB, especialista em Direito do
Consumidor e atualmente sem partido. Filho do ministro Jorge Mussi, do STJ e
TSE, Silva renunciou à vaga na Câmara Municipal para assumir a direção estadual
do Procon. Silva seria o candidato do governador na disputa pela prefeitura de
Florianópolis. Além do trabalho em defesa do consumidor, o ex-vereador é
militante ativo do movimento LGBT e um dos primeiros organizadores da Parada
Gay na capital. Foto: Valter Camparato/ABR
Como
centenas de políticos, Comandante Moisés aproveitou a onda nas eleições de
2018. Neófito na política, coronel da reserva do Corpo de Bombeiros de Santa
Catarina, ele mimetizou os gestos – não foram raras as fotos em que imitava uma
arma com os dedos – e a agenda moralista de Jair Bolsonaro. Deu certo. Em sua
primeira eleição, Moisés, inicialmente cotado para a posição de tesoureiro de
campanha, acabou ungido candidato do PSL, produziu um tsunami que afogou
lideranças tradicionais e assumiu o comando de um estado rico e com indicadores
de desenvolvimento humano bem superiores à média nacional. No segundo turno,
passou dos 70% dos votos.
As coisas
não são mais as mesmas. Bastaram oito meses de governo Bolsonaro para o cenário
mudar radicalmente: as ondas havaianas em um dia de sol de outubro
transformaram-se em uma ressaca e atingiram não só o presidente, mas boa
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