Para desonerar a folha das empresas, governo quer colocar a
conta nas costas do trabalhador (Marcos Corrêa/PR)
A ideia é taxar cada saque e cada
depósito em dinheiro com alíquota inicial de 0,40%. Além disso, cada operação
de débito e crédito deve ser submetida a uma alíquota de 0,20%. Para desonerar
a folha das empresas, governo quer colocar a conta nas costas do trabalhador. Novo
imposto prevê taxação sobre praticamente todas movimentações do brasileiro. Você
concorda?
Por Redação Dom Total
A equipe econômica do governo Bolsonaro já tem o modelo da
nova Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) formatado. A
ideia, apresentada nesta terça-feira (10) pelo secretário-adjunto da Receita
Federal, Marcelo de Sousa Silva, é taxar cada saque, cada depósito em dinheiro
com alíquota inicial de 0,40%. Além disso, cada operação de débito e crédito
deve ser submetida a uma alíquota de 0,20%.
O objetivo a equipe econômica é que o novo imposto substitua
de maneira gradual a contribuição patronal sobre salários (folha de
pagamentos), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e, também, o
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
"É uma alíquota de 0,20% no débito e crédito para poder
desonerar parcialmente a folha em algo equivalente a um FGTS [7%]", disse
o secretário-adjuntoao final do Fórum Nacional Tributário, organizado pelo
Sindifisco Nacional.
Na Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
sinalizou nesta terça-feira (10) que a intenção do governo de criar um novo
imposto nos moldes da extinta CPMF deve enfrentar dificuldades no Congresso.
"A CPMF tem muito pouco apoio entre os que conhecem da
questão tributária. Não sei se esse é o melhor caminho para resolver o custo da
contratação da mão-de-obra. Entendemos qual é a preocupação do governo. O
governo Dilma Rousseff fez uma desoneração forte da mão-de-obra e não deu
certo. Acabou que brasileiros pagaram a conta. Acho que a intenção está
correta, mas não sei se a fórmula é o melhor caminho", disse.
Mais cedo, o secretário adjunto da Receita, Marcelo Silva,
confirmou que o governo vai enviar ao Congresso uma proposta de criação da
Contribuição sobre Pagamentos (CP) para reduzir gradualmente os impostos que as
empresas pagam sobre a folha de salário dos funcionários.
Questionado se a proposta do governo pode ter chance de
caminhar na Câmara, Maia pediu calma até que o governo formalize a proposta.
"Não vou tratar de um tema difícil e polêmico que tem muita dificuldade de
andar nesta Casa sem ela estar no papel", disse.
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