O centro de
histórico recebeu mais um prédio revitalizado. Nesta sexta--feira, dia 30, foi
reinaugurado o Museu Casa de Anita, prédio de 1711. Obra do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), recursos provenientes do Pac das
Cidades Históricas, no valor R$ R$ 482.812,44, do Governo Federal.
O espaço
histórico irá contar toda a saga da heroína. Ana de Jesus Ribeiro, com 14 anos,
esteve no local em 1835, para vestir-se
de noiva.
Solenidade contou com autoridades dos três
poderes e também de órgãos federais. O Ministro da Cidadania, Osmar Gasparine;
governador do Estado Carlos Moíses; deputada Estadual Ada de Luca, presidente
nacional do Iphan, Katia Bórgea, vereadores e secretários municipais.
O prefeito
Mauro Candemil, agradeceu a presença e o empenho de todos. "É uma honra que uma mulher guerreira,
forte e determinada tenha nascido na nossa Laguna, aqui em Santa Catarina. O
legado de Anita estará sempre vivo em Laguna, assim como, os projetos com a
Italia estão só começando"
A
presidente do Iphan, falou sobre a importância da revitalização da casa “Anita
é uma guerreira, uma mulher que é uma das heroínas da nação Brasileira e é
importante que o Iphan, que é responsável pela memória desta nação, consiga
fazer trabalhos como esse em prol da memória. É necessário que a geração
presente e a geração futura saiba quem é Anita e o seu legado pelo nosso
país."
Até
domingo, dia 1º, a entrada será gratuita no museu Casa de Anita, a partir do 2,
voltará a taxa de R$ 6.
O Museu
Na casa
típica colonial luso brasileira construída por volta de 1711 estão expostos
painéis com a saga de Anita: seu nascimento, casamento, as batalhas, amor por
Giuseppe Garibaldi e sobre a sua família.
A mulher de personalidade forte estará viva nas narrativas com dados
históricos.
A lagunense
vivia na Vila em 1839, onde durante a República Juliana conheceu o companheiro
Giuseppe. Eles viveram juntos por 10 anos. Morou no Uruguai e na Itália, sua
última morada. Teve cinco filhos. Faleceu em 1849, em Ravenna, na Itália.
A museóloga
Mirella Honoratto, também presidente da Fundação Lagunense de Cultura, observa
a importância de enaltecer Anita Garibaldi. "Não havia um espaço dedicado
exclusivamente a ela. Maior símbolo histórico de Laguna precisava ter sua
história mais divulgada dentro do museu", conta, isso segundo ela, o
público poderá conferir nos quatros espaços.
O edifício que sedia a Casa de Anita Garibaldi
é, possivelmente, a primeira edificação em alvenaria construída na atual Praça
Vidal Ramos, à época conhecida como Campo do Manejo.
A casa era
residência de Anacleto Mendes Braga, que confeccionava vestidos de noivas e,
muitas vezes servia de espaço para as próprias recepções dos casamentos, como
aconteceu com Anita Garibaldi, na ocasião de sua união com seu primeiro marido,
em 1835.
A
coordenadora dos museus Franciele Meurer, uma das responsáveis pela exposição
permanente, explicou que para o público infantil terá painéis ao ar livre, com
histórias em quadrinhos sobre a trajetória da heroína, no caminho por decks de
madeira, ao lado do pequeno playground para crianças.
A casa
amarela, como é conhecida, não foi a residência da lagunense. Anita foi morar
com o sapateiro Manoel e sua família em uma pequena casa na rua Fernando
Machado, no centro da cidade de Laguna, poucos metros do museu reinaugurado.
Na parte
externa terá um espaço para um cafeteria. Os visitantes poderão fazer um lanche
e comprar souveniers de Laguna e Anita. O edital de licitação para ocupação do
espaço deverá ser lançado pelo Governo Municipal nas próximas semanas.
Rosa para AnitaNo pátio do museu foi
plantada uma rosa, denominada Anita. Contou com a participação de italianos: a
prefeita da cidade de Verucchio, Stefania Sabba; o arqueólogo, historiador,
escritor e diretor do Museu e Biblioteca Renzi, Andrea Antonioli; Giampaolo
Grill, colaborador do museu e co-autor do projeto; Enrico Signorelli, secretário nacional da
Unione Nazionale Ufficiali e Alessia Semprini, relações públicas.
É uma
iniciativa do museu e Biblioteca Renzi, de San Giovanni in Galilea, é uma muda
de rosa desenvolvido pelo ex-combatente Giulio Pantoli, de Ravena, que
denominou Anita Garibaldi, doou ao Instituto Técnico Garibaldi-Da Vinci.
Outras
pequenas rosas estão sendo desenvolvidas pelo departamento de Agronomia da
Unisul, através da trazida da Itália. As plantas serão distribuídas em todo o
Estado durante as comemorações do bicentenário da lagunense celebrado em 2021.
Cronologia 1821
Ana Maria
de Jesus Ribeiro nasceu em 30 de agosto em Morrinho, hoje bairro Anita
Garibaldi na cidade de Tubarão, mas que na época pertencia a Laguna. 1835 – Aos
14 anos, Ana casa-se com o sapateiro Manoel dos Cachorros 1839 – Conhece o
italiano Giuseppe Garibaldi na Vila de Laguna durante a República Juliana.
Recebe o apelido de Anita 1840 – Em janeiro, Anita é presa em Lages. Consegue
fugir e encontra Garibaldi 1840 – Nasce Menotti, em Mostardas, no Rio Grande do
Sul 1841 – A família decide ir para Montevideo, no Uruguai 1842 – O casal
oficializa a relação 1843 – Nasce Rosa, segundo filho. A pequena morreu dois
meses depois 1845 – Nasce Teresa, terceiro filho 1847 – Nasce Ricciotti
Garibaldi, quarto filho 1848 – Anita desembarca na Itália, com o filhos.
Garibadi aguarda no Uruguai, boas notícias da esposa, para seguir para a Europa
1849 – Proclamação da República Romana. Com a invasão de franceses e austríacos
o casal abandona Roma. Eles seguem pelo interior da Itália em fuga 1849 – agosto Anita morre em Ravena, na
Itália, grávida do quinto filho.
Por PML
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