Coluna Bastidores afirma que governador pediu a exclusão do
deputado no quadro do PSL (Foto: Reprodução/Coluna Bastidores).
Por Thiago
Hockmüller – Engeplus
As
divergências políticas entre o governador Carlos Moisés e o
deputado estadual Jessé Lopespodem trazer resultados extremos para
o Partido Social Liberal (PSL) de Santa Catarina. Conforme a coluna Bastidores, assinada pelo jornalista João
Paulo Messer, o governador já ameaça sugerir a exclusão do deputado no
quadro do partido.
O motivo?
Lopes retirou da parede do seu gabinete um quadro com a foto do líder do
executivo. O ato ocorreu em forma de protesto ao aumento da alíquota do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 17% sobre os defensivos
agrícolas.
Em
entrevista para o Portal Engeplus, o deputado disse não ter
recebido algum pronunciamento oficial do partido. Ele também rebate o aumento
do ICMS, medida que, segundo Lopes, reduzirá a produção no campo. “De benefício
para o governo, o aumento não tem nada. As pessoas vão comprar agrotóxico fora
do Estado, vai diminuir a produção, ganhar antipatia com os agrícolas e destoa
das ideologias do PSL pelo fato de aumentar impostos”, argumenta.
"Eu estou me
pronunciando pouco porque não tive nada oficial, só especulações. Ninguém me
procurou. Se existir a expulsão por falta de alinhamento com o partido, quem
tem que ser expulso é o governador". Deputado Estadual, Jessé
Lopes
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Após a
retirada do quadro e a especulação da possível exclusão do partido, Lopes
afirmou estar aberto para conversar com Carlos Moisés. Explicou ainda que é o
único deputado que possui o quadro do governador e que deseja permanecer no
PSL. “A questão do quadro, que foi a cartada do governador, acho inadequado.
Ele tem meu telefone, poderia me ligar. Quando coloquei o quadro ele não me
ligou e agora que decidi tirar temporariamente, por alguns posicionamentos dele
que são contrários ao que o PSL defende, ele fica chateado. Poderia vir aqui,
nós conversaríamos e poderíamos fazer uma foto colocando o quadro na parede. O
governador é vaidoso, não gosta de voltar atrás, mas estou aberto a conversas.
Quero ficar no PSL e vou lutar por isso. Se quiser conversar comigo, estou
aberto. Jamais vou deixar de ser quem eu sou. Tenho tranquilidade”, afirma.
Entenda
o caso
Incentivo
fiscal para agrotóxicos em Santa Catarina existia desde 2001. Ainda no final do
ano passado, o ex-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB),
assinou o decreto 1.866 revogando a isenção do ICMS para insumos agrícolas. No entanto,
a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou uma lei revogando as
isenções até o último dia 31 de julho, data que a taxação subiu para 17%.
No dia 7 de
agosto, a Alesc aprovou um novo projeto prorrogando a isenção até o final de
agosto, matéria que ainda aguarda a sanção ou veto do governador. Aliás, em
entrevista para a Folha de São Paulo, no último dia 14, Moisés
defendeu a taxação. “É comprovado que causam problemas de saúde e doenças.
Aplicar isenção sobre agrotóxico é uma excrescência política, jurídica, é uma
irresponsabilidade de gestão. Qualquer pessoa que raciocine um pouco, que saia
do padrão mediano, vai entender que não se pode incentivar o uso”, argumentou.
Reunião
acontece amanhã
Nesta
quinta-feira, líderes do setor agrícola participam de uma reunião com o
governador, na Casa da Agronômica, em uma tentativa de sensibilizar o chefe do
executivo. A intenção é que ele revogue o aumento da alíquota.
Devem
participar os presidentes da Federação da Agricultura e Pecuária de SC (Faesc), José
Zeferino Pedroso, da Organização das Cooperativas de SC (Ocesc), Luiz
Vicente Susin, além do presidente da Federação das Cooperativas
Agropecuárias (Fecoagro), Cláudio Post, e o presidente da Federação
dos Trabalhadores na Agricultura, José Walter Dresch.
O Portal
Engeplus tentou contato com o governador Carlos Moisés, mas
não obteve sucesso.
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