Antes
atrelado a um objeto, valor da unidade de massa agora dependerá de uma
constante da natureza(FOTO:
FLICKR/MARCO VERCH)
Por
Revista Galileu
Em um cofre trancado a três chaves no porão do Pavilhão
de Breteuil, na periferia de Paris, há um cilindro de platino-irídio que pesa
um quilo. Na verdade, o cilindro é “o” um quilo, o Protótipo Internacional do
Quilograma (IPK, em inglês), usado para calibrar todos os padrões oficiais a
unidade de massa.
Após 129 anos de serviços prestados, porém, o protótipo
teve sua aposentadoria anunciada na sexta-feira (16) durante a 26ª Conferência
Geral de Pesos e Medidas. Nela, os 60 Estados membros votaram de forma unânime
a favor de que, a partir do ano que vem, a unidade de massa seja um valor
derivado de uma constante da natureza. Ele era a última unidade fundamental
cuja definição ainda dependia da comparação com um objeto físico. De acordo com
a revista Smithsonian, a partir de maio de 2019, todas unidades de medidas
serão baseadas em constantes da natureza.
Entenda o caso:
Afinal
o que era o IPK?
O IPK, também conhecido como "Le Grand K",
era usado para calibrar cópias espalhadas pelo mundo, que por sua vez serviam
para calibrar balanças de alta precisão científicas. Além dele, o cofre
continha seis “testemunhas”, cópias oficiais que atuavam como garantia de que a
massa do Le Grand K não havia mudado.
Em um cofre trancado a três chaves no porão do Pavilhão
de Breteuil, na periferia de Paris, há um cilindro de platino-irídio que pesa
um quilo. Na verdade, o cilindro é “o” um quilo, o Protótipo Internacional do
Quilograma (IPK, em inglês), usado para calibrar todos os padrões oficiais a
unidade de massa.
Após 129 anos de serviços prestados, porém, o protótipo
teve sua aposentadoria anunciada na sexta-feira (16) durante a 26ª Conferência
Geral de Pesos e Medidas. Nela, os 60 Estados membros votaram de forma unânime
a favor de que, a partir do ano que vem, a unidade de massa seja um valor
derivado de uma constante da natureza. Ele era a última unidade fundamental
cuja definição ainda dependia da comparação com um objeto físico. De acordo com
a revista Smithsonian, a partir de maio de 2019, todas unidades de medidas
serão baseadas em constantes da natureza.
O GRANDE K, MODELO PARA O
QUILO (FOTO: WIKIMEDIA)
AS MUDANÇAS DO QUILOGRAMA PODEM NÃO FAZER DIFERENÇA PARA NÓS NO DIA A DIA, MAS MUDA E MUITO A VIDA DE NEGÓCIOS QUE DEPENDEM DE ESCALAS MINÚSCULAS
AS MUDANÇAS DO QUILOGRAMA PODEM NÃO FAZER DIFERENÇA PARA NÓS NO DIA A DIA, MAS MUDA E MUITO A VIDA DE NEGÓCIOS QUE DEPENDEM DE ESCALAS MINÚSCULAS
Por
que a mudança?
Nos últimos anos, a massa do IPK variou pelo menos 50
microgramas (milionésimos de grama) em comparação com as testemunhas. O
problema é que não é possível afirmar que ele perdeu massa, porque o IPK sempre
será (ou seria) um quilo. Os cientistas não sabem ao certo se ele perdeu ou
ganhou massa, mas que o peso variou por causa de partículas imperceptíveis
agregadas do ar durante suas limpezas. Mas isso, é claro, rendeu boas dores de
cabeça, especialmente em indústrias que dependem de medidas pequenas e
precisas.
Como
será a nova medida?
A nova cifra que vai definir a unidade de massa é a
constante de Planck, que relaciona o pesos a uma corrente elétrica, o que deve
garantir que não mudará com o tempo. A aprovação levou tantos anos porque até
pouco tempo atrás não havia tecnologia suficiente para colocá-la em prática.
Agora, um aparelho chamado balança de Watt (ou de Kibble ou de potência)
permite que o padrão do quilograma seja calibrado.
O
que isso significa na prática?
Para o seu dia a dia, nada. Mas, em âmbitos
científicos, como o desenvolvimento de medicamentos, pode ser muito importante,
visto que as medidas serão muito mais precisas — tanto as muito pequenas quando
as muito grandes.
E
o que vai acontecer com Le Grand K?
Ele vai continuar existindo, mas servirá como um padrão
a mais, com uma incerteza que agora pode ser calculada.
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