Por Luis Nassif
Peça 1 – tem jogo
A pesquisa DataFolha, com a contagem de 58 a 42 para
Bolsonaro em relação a Fernando Haddad, mostra que tem jogo.
Motivo 1 –
Em outras eleições, com menos volatilidade, houve viradas. A eleição atual é
atípica, com mudanças radicais de posição, criação de ondas de tsunami. Por
isso mesmo, não há estratificação de votos. Nem mesmo entre aqueles que, no
primeiro turno, garantiam votos consolidados.
Motivo 2 – com
Bolsonaro se posicionando sobre diversos temas, em cada posição que assume
deixa de ser a encarnação irracional da unanimidade antissistema, e passa a ser
uma pessoa de carne e osso, sendo desenhada por cada opinião. Aliás, é
curioso que nas duas únicas vezes em que mostrou bom senso – quando disse que a
reforma da previdência deveria ser consensual e que o governo não poderia abrir
mão do controle sobre a geração de energia – foi alvo de críticas de Carlos
Alberto Sardenberg na CBN, filho dessa mistura de liberalismo econômico cego e
autoritarismo político míope. Pelo menos a irracionalidade cega do mercado
ajuda a dissipar sua adesão irracional a Bolsonaro.
Motivo 3 – a onda de
ataques de seus seguidores a adversários por todo o país e a constatação clara
de que será um governo de arbítrio, de selvageria, do qual não sairá incólume
nenhuma forma de poder, da Justiça à mídia.
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