Por Luis Nassif - GGN
Antes de pedir demissão da Petrobras, Pedro Parente
completou sua obra: não apenas pretendeu tirar a empresa do refino, como afasta
definitivamente do setor petroquímico.
A petroquímica sempre exigiu escala. No período
militar, consagrou-se o modelo tripartite – 1/3 de capital estatal, nacional e
estrangeiro. Os negócios da privatização pulverizaram o setor em empresas
menores. Seguiu-se uma dura disputa que acabou permitindo um novo redesenho.
Depois de uma disputa entre grupo Ultra e Odebrecht, consolidou-se a Braskem
tendo como acionista a Petrobras.
Agora, vira-se o jogo.
Primeiro, a Lava Jato quebra as pernas da Braskem.
A Odebrecht negocia, então, a venda da empresa para o
grupo holandês LyondellBasell. Como maior acionista minoritária, a Petrobras
deveria ter direito de preferência. No entanto, abre mão e anuncia que aceitará
o tag alone estendido aos minoritários – isto é, irá vender pelas mesmas
condições do controlador.
Trata-se de movimento estratégico de enfraquecimento da
Petrobras.
A LyondellBasell é uma empresa integrada: produz não
apenas derivados de petróleo, como o próprio petróleo, além de ser a maior
compradora mundial de eteno e propeno, conforme reportagem do jornal Valor.
Portanto, teria todas as condições de arbitrar preços e deslocar completamente
as refinarias da Petrobras do próprio mercado brasileiro.
O contrato de fornecimento da Petrobras para a Braskem
encerra-se em 2020.
Foto Sindipetro
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