segunda-feira, 18 de junho de 2018

Completa o desmonte, com a Petrobras também fora da petroquímica


Por Luis Nassif - GGN

Antes de pedir demissão da Petrobras, Pedro Parente completou sua obra: não apenas pretendeu tirar a empresa do refino, como afasta definitivamente do setor petroquímico.

A petroquímica sempre exigiu escala. No período militar, consagrou-se o modelo tripartite – 1/3 de capital estatal, nacional e estrangeiro. Os negócios da privatização pulverizaram o setor em empresas menores. Seguiu-se uma dura disputa que acabou permitindo um novo redesenho. Depois de uma disputa entre grupo Ultra e Odebrecht, consolidou-se a Braskem tendo como acionista a Petrobras.

Agora, vira-se o jogo.

Primeiro, a Lava Jato quebra as pernas da Braskem.

A Odebrecht negocia, então, a venda da empresa para o grupo holandês LyondellBasell. Como maior acionista minoritária, a Petrobras deveria ter direito de preferência. No entanto, abre mão e anuncia que aceitará o tag alone estendido aos minoritários – isto é, irá vender pelas mesmas condições do controlador.

Trata-se de movimento estratégico de enfraquecimento da Petrobras.

A LyondellBasell é uma empresa integrada: produz não apenas derivados de petróleo, como o próprio petróleo, além de ser a maior compradora mundial de eteno e propeno, conforme reportagem do jornal Valor. Portanto, teria todas as condições de arbitrar preços e deslocar completamente as refinarias da Petrobras do próprio mercado brasileiro.

O contrato de fornecimento da Petrobras para a Braskem encerra-se em 2020.

Foto Sindipetro

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