Imagens dos desafios propostos aos jogadores alunos com idade entre 9 e 10 anos – Foto
CB
Com a velocidade estonteante
da internet o aplicativo chamado “verdade ou desafio” que propõe missões
humilhantes, violentas e sexuais aos jogadores – alunos com idade entre 9 e 10
anos - pode viralizar na região, portanto as escolas devem estar preparadas.
Leia matéria completa no Correio:
Aplicativo com brincadeiras sexuais põe escolas do DF em alerta
Bilhete
encaminhado aos pais dos alunos da EC 15
Por Erika Manhatys* - Correio Brasiliense
Um polêmico aplicativo gerou
alerta entre pais e diretores da Escola Classe 15, de Ceilândia. Crianças do 4º
e 5º anos eram usuárias do sistema, chamado “verdade ou desafio”. O aplicativo
propunha missões humilhantes, violentas e sexuais aos jogadores – alunos com idade entre 9 e 10 anos. As
reclamações de uma estudante que tinha fotos íntimas salvas no celular de outro
colega de turma chegaram à direção da escola. A menina contou que estava
tomando banho quando recebeu uma ligação do amigo e, sem perceber que se
tratava de uma chamada de vídeo, acabou exposta ao atender.
O diretor da Escola Classe
15, Ricardo Koziel, conta que, ao conversar com os demais alunos, soube que
eles acessavam o aplicativo de forma irrestrita, nos níveis destinados apenas
ao público adulto. “Tivemos a ideia de baixar o aplicativo para ver o que havia
no sistema. Percebemos o conteúdo totalmente inapropriado e chamamos as
crianças para conversar. A sala ficou cheia de alunos que estavam jogando”,
conta o diretor.
Segundo ele, a maioria dos
desafios propostos envolvia situações constrangedoras e inapropriadas. Ricardo
alertou, então, os pais sobre a existência do jogo. Segundo o diretor, entre as
propostas da brincadeira, “era pedido que o jogador lambesse o chão, mostrasse
partes do corpo, sempre instigando à pornografia e incitação sexual”.
Em 12 de junho, a escola
encaminhou um alerta a todos os pais dos alunos, avisando do perigo do jogo e
aconselhando maior fiscalização dos conteúdos acessados pelas crianças. “Nós
apreendemos os celulares dos alunos, que só foram devolvidos aos pais.
Explicamos a situação e as condições do jogo. Os pais foram muito compreensivos
e entenderam que era necessário ficar de olho no celular do filho”, afirma
Ricardo.
Outras escolas em alerta
O diretor diz que o feedback foi muito
positivo e os alunos entenderam que os desafios os expunham a situações
constrangedoras. Os pais elogiaram a ação dos responsáveis. “Em pouco tempo, o
bilhete que mandamos passou a circular nos grupos de WhatsApp e pais de alunos
de outras escolas passaram a nos ligar e contar suas experiências em relação ao
jogo”, menciona o diretor.
A vice-diretora, Mariângela
Oliveira, diz que acompanhou de perto os alunos e que agiu rapidamente para
alertar os pais. “Nós nunca imaginávamos que uma coisa assim pudesse acontecer
em nossa escola, mas adotamos uma postura fiscalizatória e conseguimos evitar
problemas maiores. Os pais ficaram felizes, a maioria não sabia que o filho
acessava esse tipo de conteúdo. Um pai nos contou que se considerava um
analfabeto digital e que jamais saberia que um aplicativo pudesse causar tanto
transtorno”. A escola preferiu não envolver a polícia ou qualquer outra
instituição.
Esta semana, foram enviados
aos pais novos alertas sobre a atenção ao tempo que as crianças gastam
acessando conteúdos na internet. Além dos riscos de exposição da criança,
muitos aplicativos escondem um perigo real de pedofilia e crimes cibernéticos.
*Estagiária sob supervisão
de Adriana Bernardes
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