O limite de empréstimo
para a compra de imóveis usados voltou a ser de 70% do valor (foto: Renato Weil
/ EM / D.A. Press)
Por Flávia Ayer/Estado de Minas
Condições facilitadas para financiar imóveis. A Caixa
Econômica Federal reduziu as taxas de juros do crédito imobiliário e aumentou o
percentual de financiamento do valor dos imóveis. Com as novas condições, o
banco garante economia superior a R$ 100 mil, conforme a faixa de preço do bem
adquirido. A medida, em vigor desde ontem, pretende aquecer a cadeia produtiva
da construção civil, com a injeção de R$ 82,1 bilhões em recursos para
financial habitacional. No entanto, isso não deve eliminar uma boa pesquisa dos
encargos oferecidos pelos bancos concorrentes.
Segundo a projeção do banco, uma pessoa que contrair
financiamento da casa própria no valor de R$ 300 mil, no prazo de 30 anos, vai
economizar cerca de R$ 50 mil com as novas taxas. Proprietários de imóveis
residenciais na faixa dos R$ 450 mil, financiados no mesmo prazo, podem deixar
de gastar R$ 75 mil. Já os financiamentos de bens com valor superior a R$ 800
mil vão poupar cerca de R$ 135 mil.
As taxas mínimas passaram de 10,25% ao ano para 9% ao
ano, no caso de imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), aqueles
residenciais avaliados em até R$ 950 mil em Minas Gerais. Para essa categoria,
as taxas máximas caíram de 11% para 10,25%. Já no caso dos imóveis com valor
até R$ 3 milhões, enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), as
taxas mínimas passaram de 11,25% ao ano para 10% ao ano e as máximas, de 12,25%
para 11,25% anuais. Os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são
enquadrados no SFI.
A Caixa também mudou o limite de cota de financiamento
do imóvel usado, de 50% para, novamente, 70%. O limite para imóvel novo
continua em 80% do valor da unidade. “A Caixa espera gerar emprego e renda e
alavancar o setor da construção civil, que mais gera emprego no país”, afirma o
superintendente da Caixa em Minas Gerais, Marcelo Bonfim. As novas condições
não valem para quem já contraiu empréstimo.
Desde o início da crise, a Caixa vem mudando as regras
para financiamento imobiliário, perdendo a competitividade na comparação com
outras instituições financeiras. A última redução ocorreu em novembro de 2016,
quando as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis
financiados pelo SFH, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do SFI.
Reação
O mercado imobiliário reagiu positivamente às mudanças.
De acordo com a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das
Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes,
elas chegam num momento muito propício para o mercado. “As pessoas estavam com
medo de contrair a dívida, de assumir um financiamento diante da possibilidade
de desemprego iminente”, afirma.
Com tantas mudanças pelo banco nos últimos anos, Cássia
recomenda que clientes aproveitem as taxas, mas pesquisem. “O consumidor deve
comparar com outros bancos e, se tiver condição, aproveitar essa janela de
oportunidade, pois não sabemos a durabilidade dela”, reforça. Segundo o
superintendente da Caixa, a intenção é manter por um bom tempo essas taxas.
O economista e coordenador sindical do Sindicato da
Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, destaca que
as medidas impactam positivamente o setor. A indústria enfrentou retração de 5%
no ano passado e, para 2018, espera crescimento na casa dos 2%, abaixo do
Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país),
de 2,7%. “Daqui a uns dois meses conseguiremos sentir como isso vai interferir
no estoque de imóveis e nos números”, diz. Furletti avalia que a medida vai
favorecer lançamentos imobiliários em 2018, considerando também o estoque em
baixa.
FGTS
liberado
O presidente Michel Temer assinou ontem decreto que
permite o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por trabalhadores
com deficiência para a compra de órteses e próteses. O decreto será publicado
no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Pela medida, é considerado
trabalhador com deficiência “aquele que tem impedimento de longo prazo de
natureza física ou sensorial” ou que tenha impedimento “que produza efeitos
pelo prazo mínimo de dois anos.”
Como
fica
Quanto o consumidor pode economizar com as novas taxas
da Caixa para a casa própria*
Valor do imóvel
Economia
Imóveis de R$ 300 mil
R$ 50 mil
Imóveis de R$ 450 mil
R$ 75 mil
Imóveis de R$ 800 mil
R$ 135 mil
*considerando financiamentos de imóveis residenciais no
prazo de 30 anos
Fonte: Caixa Econômica
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