Em
apenas dois meses o desafio do balde de gelo arrecadou US$ 115 milhões para
pesquisas nos Estados Unidos
Fonte:
BBC
O desafio do balde de gelo que viralizou em
2014 conseguiu arrecadar fundos para uma descoberta científica importante: a
identificação de um novo gene que contribui para a esclerose lateral
amiotrófica (ELA), o NEK1, segundo a ALS Association - que representa pessoas
com ELA e outros tipos de doenças do neurônio motor.
A campanha, que estimulava pessoas a compartilharem
vídeos do momento em que jogavam baldes de água gelada em si mesmas, tinha o
objetivo de conseguir doações para a instituições de caridade ligadas a doenças
do neurônio motor, como a ELA.
O desafio foi criticado, mas arrecadou US$ 115 milhões
(mais de R$ 377 milhões) e financiou seis projetos de pesquisa.
A pesquisa desenvolvida pelo MinE, um projeto
internacional para analisar o genoma de 15 mil pessoas com doenças do neurônio
motor, foi publicada na revista especializada Nature Genetics.
Trata-se do maior estudo a respeito da ELA hereditária.
Mais de 80 pesquisadores em 11 países procuraram pelo
gene da doença em famílias afetadas.
"A análise genética sofisticada que levou a esta
descoberta só foi possível por causa do grande número de amostras de ELA
disponíveis", disse Lucie Bruijn, da ALS Association.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionMuitos
criticaram a campanha afirmando que poucos dos que participavam realmente
sabiam o motivo do desafio
A identificação do gene NEK1 abre caminho para que os
cientistas desenvolvam uma terapia genética para o tratamento da doença.
Apesar de a forma hereditária da ELA afetar apenas 10%
dos pacientes com a doença, os pesquisadores acreditam que a genética contribui
com uma porcentagem muito maior dos casos.
Redes sociais
No meio de 2014, as redes sociais e o YouTube foram
invadidos por vídeos de pessoas - inclusive celebridades globais - despejando
baldes de água gelada sobre as próprias cabeças. Os vídeos foram compartilhados
mais de 17 milhões de vezes.
Na época, a campanha foi criticada - dizia-se que
poucos participantes sabiam realmente o que estava por trás do desafio.
Os vídeos foram assistidos mais de 440 milhões de
vezes.
Direito de imagemMND ASSOCIATIONImage captionRedes
sociais e o YouTube foram invadidos por vídeos de atores, atrizes despejando
água gelada na cabeça, como o britânico Benedict Cumberbatch
A ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, é um
mal neurodegenerativo progressivo e fatal que afeta uma em 400 ou 500 pessoas
ao longo de sua vida, segundo os representantes do Projeto MinE. Ao mesmo
tempo, estima-se que 2 ou 3 novos casos a cada 100 mil pessoas de ELA sejam
diagnosticados por ano. "Sua causa ainda é desconhecida, portanto não há
uma cura.
A doença afeta o cérebro e a coluna, ataca os nervos
que controlam o movimento e impede o funcionamento dos músculos.
A ELA pode deixar o paciente preso em um corpo que não
funciona, sem conseguir se mover, falar e, com o avanço da doença, respirar.
O cientista Stephen Hawking é a pessoa mais conhecida
que sofre da doença.
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