Ministro relator da
Lava Jato, no Supremo, autoriza investigações também contra outros cinco
senadores tucanos - José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima
(PB), Ricardo Ferraço (ES) e Dalírio Beber (SC)
Confira a lista:
Senador da República Romero Jucá Filho (PMDB-RR)
Senador Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)
Senador da República Romero Jucá Filho (PMDB-RR)
Senador Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)
Senador da República Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha (PMDB-RS)
Ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD)
Senador da República Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Deputado Federal Paulinho da Força (SD-SP)
Deputado Federal Marco Maia (PT-RS)
Deputado Federal Carlos Zarattini (PT-SP)
Deputado Federal Rodrigo Maia (DEM-RM)
presidente da CâmaraDeputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA)
Deputado federal Milton Monti (PR-SP)
Governador do Estado de Alagoas Renan Filho (PMDB)
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Wellington Moreira Franco (PMDB)
Ministro da Cultura Roberto Freire (PPS)
Ministro das Cidades Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB-PE)
Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)
Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Antônio Pereira (PRB)
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Borges Maggi (PP)
Ministro de Estado da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB)
Senador da República Paulo Rocha (PT-PA)
Senador Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)
Senador da República Edison Lobão (PMDB-PA)
Senador da República Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)Senador da República Jorge Viana (PT-AC)
Senadora da República Lidice da Mata (PSB-BA)
Senador da República José Agripino Maia (DEM-RN)
Senadora da República Marta Suplicy (PMDB-SP)
Senador da República Ciro Nogueira (PP-PI)
Senador da República Dalírio José Beber (PSDB-SC)
Senador da República Ivo CassolSenador Lindbergh Farias (PT-RJ)
Senadora da República Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Senadora da República Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)
Senador da República Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)
Senador da República José Serra (PSDB-SP)
Senador da República Eduardo Braga (PMDB-AM)
Senador Omar Aziz (PSD-AM)
Senador da República Valdir RauppSenador Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Senador da República Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Senador da República Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Senador da República Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)
Deputado Federal Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Deputado Federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
Deputado Federal Nelson Pellegrino (PT-BA)
Deputado Federal Jutahy Júnior (PSDB-BA)
Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS)
Deputado Federal Felipe Maia (DEM-RN)
Deputado Federal Ônix Lorenzoni (DEM-RS)
Deputado Federal Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)
Deputado Federal Vicente "Vicentinho" Paulo da Silva (PT-SP)
Deputado Federal Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
Deputada Federal Yeda Crusius (PSDB-RS)
Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
Deputado Federal José Reinaldo (PSB-MA), por fatos de quando era governador do Maranhão
Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB-SP)
Deputado Federal Vander Loubet (PT-MS)
Deputado Federal Rodrigo Garcia (DEM-SP)
Deputado Federal Cacá Leão (PP-BA)
Deputado Federal Celso Russomano (PRB-SP)
Deputado Federal Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)
Deputado Federal Pedro Paulo (PMDB-RJ)
Deputado federal Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)
Deputado Federal Paes Landim (PTB-PI)
Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB-GO)
Deputado Federal Alfredo Nascimento (PR-AM)
Deputado Federal Zeca Dirceu (PT-SP)
Deputado Federal Betinho Gomes (PSDB-PE)
Deputado Federal Zeca do PT (PT-MS)
Deputado Federal Vicente Cândido (PT-SP)
Deputado Federal Júlio Lopes (PP-RJ)
Deputado Federal Fábio Faria (PSD-RN)
Deputado Federal Heráclito Fortes (PSB-PI)
Deputado Federal Beto Mansur (PRB-SP)
Deputado Federal Antônio Brito (PSD-BA)
Deputado Federal Décio Lima (PT-SC)
Deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo Filho
Governador do Estado do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD)
Governador do Estado do Acre Tião Viana (PT)
Prefeita Municipal de Mossoró/RN Rosalba Ciarlini (PP), ex-governadora do Estado
Valdemar da Costa Neto (PR)
Luís Alberto Maguito Vilela, ex-Senador da República e Prefeito Municipal de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014
Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010
Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig
Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT)
Guido Mantega (ex-ministro)
César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal
Paulo Bernardo da Silva, então ministro de Estado
Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro
José Dirceu
Deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC)
Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy
Napoleão Bernardes, Prefeito Municipal de Blumenau/SC
João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia
advogado Ulisses César Martins de Sousa, à época Procurador-Geral do Estado do Maranhão
Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, então candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romero Jucá
Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio
Eron Bezerra, marido da senadra Grazziotin
Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu, em nome de quem teria recebido os recursos
Humberto Kasper
Marco Arildo Prates da Cunha
Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho
José Feliciano
Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha (PMDB-RS)
Ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD)
Senador da República Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Deputado Federal Paulinho da Força (SD-SP)
Deputado Federal Marco Maia (PT-RS)
Deputado Federal Carlos Zarattini (PT-SP)
Deputado Federal Rodrigo Maia (DEM-RM)
presidente da CâmaraDeputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA)
Deputado federal Milton Monti (PR-SP)
Governador do Estado de Alagoas Renan Filho (PMDB)
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Wellington Moreira Franco (PMDB)
Ministro da Cultura Roberto Freire (PPS)
Ministro das Cidades Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB-PE)
Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)
Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Antônio Pereira (PRB)
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Borges Maggi (PP)
Ministro de Estado da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB)
Senador da República Paulo Rocha (PT-PA)
Senador Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)
Senador da República Edison Lobão (PMDB-PA)
Senador da República Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)Senador da República Jorge Viana (PT-AC)
Senadora da República Lidice da Mata (PSB-BA)
Senador da República José Agripino Maia (DEM-RN)
Senadora da República Marta Suplicy (PMDB-SP)
Senador da República Ciro Nogueira (PP-PI)
Senador da República Dalírio José Beber (PSDB-SC)
Senador da República Ivo CassolSenador Lindbergh Farias (PT-RJ)
Senadora da República Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Senadora da República Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)
Senador da República Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)
Senador da República José Serra (PSDB-SP)
Senador da República Eduardo Braga (PMDB-AM)
Senador Omar Aziz (PSD-AM)
Senador da República Valdir RauppSenador Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Senador da República Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Senador da República Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Senador da República Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)
Deputado Federal Daniel Almeida (PCdoB-BA)
Deputado Federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
Deputado Federal Nelson Pellegrino (PT-BA)
Deputado Federal Jutahy Júnior (PSDB-BA)
Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS)
Deputado Federal Felipe Maia (DEM-RN)
Deputado Federal Ônix Lorenzoni (DEM-RS)
Deputado Federal Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)
Deputado Federal Vicente "Vicentinho" Paulo da Silva (PT-SP)
Deputado Federal Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
Deputada Federal Yeda Crusius (PSDB-RS)
Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
Deputado Federal José Reinaldo (PSB-MA), por fatos de quando era governador do Maranhão
Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB-SP)
Deputado Federal Vander Loubet (PT-MS)
Deputado Federal Rodrigo Garcia (DEM-SP)
Deputado Federal Cacá Leão (PP-BA)
Deputado Federal Celso Russomano (PRB-SP)
Deputado Federal Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)
Deputado Federal Pedro Paulo (PMDB-RJ)
Deputado federal Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)
Deputado Federal Paes Landim (PTB-PI)
Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB-GO)
Deputado Federal Alfredo Nascimento (PR-AM)
Deputado Federal Zeca Dirceu (PT-SP)
Deputado Federal Betinho Gomes (PSDB-PE)
Deputado Federal Zeca do PT (PT-MS)
Deputado Federal Vicente Cândido (PT-SP)
Deputado Federal Júlio Lopes (PP-RJ)
Deputado Federal Fábio Faria (PSD-RN)
Deputado Federal Heráclito Fortes (PSB-PI)
Deputado Federal Beto Mansur (PRB-SP)
Deputado Federal Antônio Brito (PSD-BA)
Deputado Federal Décio Lima (PT-SC)
Deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo Filho
Governador do Estado do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD)
Governador do Estado do Acre Tião Viana (PT)
Prefeita Municipal de Mossoró/RN Rosalba Ciarlini (PP), ex-governadora do Estado
Valdemar da Costa Neto (PR)
Luís Alberto Maguito Vilela, ex-Senador da República e Prefeito Municipal de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014
Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010
Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig
Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT)
Guido Mantega (ex-ministro)
César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal
Paulo Bernardo da Silva, então ministro de Estado
Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro
José Dirceu
Deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC)
Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy
Napoleão Bernardes, Prefeito Municipal de Blumenau/SC
João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia
advogado Ulisses César Martins de Sousa, à época Procurador-Geral do Estado do Maranhão
Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, então candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romero Jucá
Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio
Eron Bezerra, marido da senadra Grazziotin
Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu, em nome de quem teria recebido os recursos
Humberto Kasper
Marco Arildo Prates da Cunha
Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho
José Feliciano
Fachin
abre 5 inquéritos contra Aécio
Por Breno Pires Fábio Fabrini / BRASÍLIA ESTADÃO
O
ministro Edson Fachin autorizou a abertura de inquéritos contra seis senadores
tucanos, com base nos depoimentos de delatores da Odebrecht. Presidente
nacional do PSDB e candidato derrotado à Presidência em 2014, Aécio Neves (MG)
é alvo de cinco dessas investigações por suposta solicitação de propinas e
doações de caixa 2 à empreiteira.
Além
de Aécio, também são alvos José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), Cássio
Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES) e Dalírio Beber (SC). Há também um pedido
de investigação sobre o tucano Eduardo Amorim (SE) e a senadora Maria do Carmo
Alves (DEM-SE), pendente de manifestação de Janot para que Fachin decida a
respeito.
O Estado teve acesso, com exclusividade, aos despachos de Fachin
assinados eletronicamente no dia 4 de abril.
Aécio
foi citado nos depoimentos do herdeiro da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, do
ex-diretor da empreiteira em Minas Sérgio Luiz Neves, de Benedicto Júnior,
ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, do ex-vice presidente da Odebrecht
S.A Henrique Serrano do Prado Valladares e de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de
Relações Institucionais do grupo em Brasília.
Num
dos pedidos, o procurador requereu investigação sobre Aécio e Anastasia, seu
aliado, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os
colaboradores revelaram que, em 2010, a pedido de Aécio, pagaram R$ 5,4 milhões
em “vantagens indevidas” para a campanha de Anastasia ao governo de Minas.
Os
delatores contaram ainda que, também por solicitação de Aécio, quando ainda era
governador, desembolsaram em 2009 R$ 1,8 milhão para a campanha de Anastasia.
No
documento enviado ao Supremo, Janot também requer investigação sobre Oswaldo
Borges, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais
(Codemig), estatal responsável pela construção da Cidade Administrativa, e
Paulo Vasconcelos, marqueteiro responsável pelas campanhas dos tucanos
mineiros.
Janot
requereu também a abertura de inquérito para investigar supostas condutas de
Aécio e do deputado federal Dimas Fabiano Toledo Júnior (PSDB-MG). Os delatores
apontaram que, em 2014, pagaram, a pedido de Aécio, caixa dois para a campanha
dele e de vários outros parlamentares, como Anastasia, o próprio Dimas e o
ex-ministro Pimenta da Veiga, candidato derrotado ao governo de Minas naquele
ano.
Nesses
dois casos, o procurador apontou suspeitas de corrupção passiva, ativa e lavagem
de dinheiro.
Há
ainda um terceiro pedido de investigação por conta de outros repasses
eleitorais em 2014. Segundo os delatores, Aécio requereu naquele ano vantagens
indevidas para si e aliados.
Janot
solicitou um quarto inquérito para apurar indícios de corrupção, formação de
cartel e fraude a licitações na construção da Cidade Administrativa, nova sede
do governo mineiro, construída na gestão de Aécio.
O
procurador-geral justificou que os delatores relataram, apresentando prova
documental, que o tucano, recém-empossado para o segundo mandato como
governador, organizou em 2007 esquema para fraudar processos licitatórios,
mediante organização de um cartel de empreiteiras, na construção do complexo,
que custou cerca de R$ 2 bilhões. O objetivo seria obter “propinas” decorrentes
dos pagamentos das obras.
Um
quinto pedido de inquérito se refere ao pagamento de suborno para que Aécio
favorecesse interesses da Odebrecht, em conluio com a Andrade Gutierrez, nas
obras das usinas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau. Os delatores relataram
a promessa e o pagamento de vantagens indevidas em benefício do senador e do
PSDB.
Valladares
contou que a empreiteira pagava prestações de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões,
repassados pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas do
grupo, para “Mineirinho”, codinome atribuído a Aécio.
Marcelo
Odebrecht disse que Aécio tinha forte influência na área energética, pois o
governo mineiro controlava a Cemig, uma das sócias de Santo Antônio. Por isso,
segundo ele, o grupo concordou com os pagamentos.
Janot
sustenta em seu pedido haver indícios de corrupção ativa e passiva, além de
lavagem de dinheiro, no caso.
Serra.
Fachin autorizou que o senador José Serra (SP) seja investigado juntamente com
o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, senador licenciado,
por suposto recebimento de propina nas obras do Rodoanel. Eles foram citados
por sete delatores.
Os
colaboradores relataram que Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Camargo
Correa, Serveng Civilsan, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão, CR Almeida,
Constran e Odebrecht fizeram conluio para fraudar a licitação do
empreendimento.Segundo eles, representantes das empresas se reuniram com
integrantes da Dersa, concessionária paulista de estradas, para combinar ajustes
no edital, o que teria sido atendido.
A
Odebrecht, conforme os depoimentos, venceu a concorrência pelo lote 2 da obra
e, logo em seguida, teria sido cobrada a pagar R$ 1,2 milhão por Mário
Rodrigues Júnior, então diretor de Engenharia da Dersa. O dinheiro se
destinaria a campanhas eleitorais.
Os
colaboradores contaram que, em 2007, Serra, então governador de São Paulo,
publicou decreto impondo às empresas a renegociação de contratos.
Na
época, a Dersa estava sob comando de Paulo Vieira Sousa. Após a repactuação,
Paulo Vieira teria solicitado 0,75% do valor recebido por cada empresa no
contrato para não fazer alterações contratuais prejudiciais. A Odebrecht teria
pago R$ 2,2 milhões para a offshore Circle Technical Company Inc, que
pertenceria a Amaro Ramos, apontado como operador PSDB.
Os
repasses, no entanto, teriam parado após investigações do Ministério Público
Federal e do Tribunal de Contas da União, que concluíram pela ilegalidade das
alterações contratuais.
Os
colaboradores também narram a ocorrência de solicitação de vantagem indevida, a
pretexto de doação eleitoral, pelo então chefe da Casa Civil do governo de São
Paulo, Aloysio Nunes. Ele teria sido beneficiado com R$ 500 mil. Um dos
delatores, o ex-presidente da Odebrecht Pedro Augusto Ribeiro Novis, que
presidia o Conselho Administrativo da Braskem (controlada pela Odebrecht),
contou ter feito diversas contribuições para Serra. O objetivo seria manter
boas relações com ele e obter auxílio em obras de infraestrutura, concessões na
área de transporte e saneamento em São Paulo.
Novis
citou pagamento de ao menos R$ 6 milhões para campanhas do tucano, supostamente
operado por meio de depósitos em contas correntes mantidas no exterior e
indicadas por Amaro Ramos.
No
documento enviado ao Supremo, Janot diz que no governo Serra a Odebrecht
sagrou-se vencedora em diversas licitações. Nesse contexto, em 2008, o tucano
teria pedido diretamente ao Grupo Odebrecht o pagamento de R$ 3 milhões, a
pretexto de “contribuição à Prefeitura de São Paulo”. Em 2009, o então
presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, morto em 2014, teria pedido a Novis
outros R$ 3 milhões para bancar campanhas majoritárias, inclusive a de Serra à
Presidência, em 2002.
Novis
contou que condicionou os repasses ao pagamento de dívidas do governo paulista.
Guerra teria afirmado que os atrasos seriam “adimplidos”, desde que 15% dos
valores fossem transferidos ao próprio PSDB. O acerto teria sido confirmado
pelo então governador, Serra. Novis teria autorizado pagamentos de R$ 23,3
milhões.
Os
pagamentos teriam sido tratados entre representantes da Odebrecht e os
ex-deputados Ronaldo César Coelho e Márcio Fortes, ligados a Serra.
Janot
sustenta que as condutas apontam para a prática de corrupção passiva e ativa,
lavagem de dinheiro e fraude a licitações.
Mais
três. Fachin também autorizou a abertura de inquéritos contra mais três
senadores tucanos, com base nas delações e documentos apresentados pela
Odebrecht. Em seus depoimentos, os executivos Alexandre José Lopes Barradas e
Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis narraram que, em 2014, Cássio Cunha
Lima solicitou e recebeu, por meio de um intermediário de nome “Luís”, o valor
de R$ 800 mil.
O
caixa dois teria sido pago ao senador, então candidato ao governo da Paraíba,
com a expectativa de receber realizar obra de saneamento no Estado.
O
pagamento foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e lançado
nas planilhas de propinas em nome do beneficiário “Prosador”. Para Janot, há
indícios de que Cássio cometeu falsidade ideológica eleitoral.
Houve
também pedido de inquérito sobre o senador Ricardo Ferraço (ES), por conta de
declarações dos executivos Sérgio Luiz Neves e Benedicto Júnior. Eles contaram
ter pago caixa dois de R$ 400 mil para a campanha do tucano ao Senado em 2010,
também por meio do
Setor
de Operações Estruturadas. O beneficiário foi identificado pelo codinome
“Duro”.
Janot
requereu ainda inquéritos contra Dalírio José Beber (SC) e Eduardo Amorim (SE).
Segundo delatores, em 2012, a Odebrecht identificou candidatos a prefeito em Santa
Catarina com chances de êxito nos municípios em que detinha concessões.
Beber,
articulador da campanha de Napoleão Bernardes em Blumenau, teria participado de
uma reunião para entabular repasse de R$ 500 mil ao aliado. O sistema de
propinas da empreiteira registrou o pagamento para “Conquistador”. Nesse caso,
Janot aponta indícios de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de
dinheiro.
Em
outro pedido, o procurador requer investigação sobre Amorim e Maria do Carmo
Alves (DEM-SE). Eles foram mencionados em depoimentos de dois delatores.
Os
colaboradores relataram pagamentos de caixa dois, no valor de R$ 600 mil, para
as campanhas de Maria do Carmo ao Senado e de Amorim ao governo de Sergipe. Os
repasses teriam sido solicitados por João Alves, então prefeito de Aracaju e
marido da senadora.
A
quantia foi lançada nas planilhas do setor de propinas em nome de “Branquinho”.
Os pagamentos, segundo os delatores, seriam sido motivados pela expectativa de
favorecimento à Odebrecht em projetos de saneamento básico. Para Janot, há
indícios de falsidade ideológica eleitoral no caso.
Ao
analisar a solicitação, Fachin determinou que, considerando a pena máxima para
o delito e a idade de Maria do Carmo, de 75 anos, o procurador se manifeste
primeiro sobre a eventual extinção de punibilidade da senadora. Ele ordenou a
remessa dos autos à PGR.
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