Por Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil
O governo federal reconheceu situação de emergência em
cinco cidades devido ao surto de febre amarela. As portarias foram publicadas
no Diário Oficial da União de hoje (20) pela Secretaria Nacional de Proteção e
Defesa Civil (Sedec), vinculada ao Ministério da Integração Nacional. Elas
permitem que as prefeituras de Coronel Fabriciano (MG), Governador Valadares
(MG), Manhumirim (MG), Teófilo Otoni (MG) e Ibatiba (ES) solicitem apoio
emergencial para ações de socorro e assistência à população.
Embora situadas em regiões afetadas pelo surto, três
das quatro cidades mineiras beneficiadas pela medida não têm nenhum caso
confirmado de febre amarela. Conforme o último boletim epidemiológico da
Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgado na sexta-feira (17),
Coronel Fabriciano, Governador Valadares e Manhumirim contabilizam juntas sete
casos em investigação e três foram descartados. Também não há mortes suspeitas
entre os moradores destas cidades. Por outro lado, como são municípios mais estruturados,
suas unidades de saúde estão recebendo pacientes de cidades vizinhas.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional,
entre os critérios para reconhecimento da situação de emergência, estão a
dificuldade no controle da doença, a existência de danos humanos consideráveis
e a possibilidade de se normalizar a situação a partir do apoio complementar
dos governos estaduais ou federal. No início do mês passado, o governador
mineiro Fernando Pimentel também havia decretado situação de emergência em saúde pública
em uma área que abrange 152 municípios.
O outro município de Minas Gerais com situação de
emergência reconhecida pelo governo federal é Teófilo Otoni, que tem nove
confirmações para a doença e mais 24 casos em investigação. O município também
confirmou sete mortes por febre amarela e há mais 17 sendo analisadas.
Próximos a Teófilo Otoni estão as duas cidades com
maior quantidade de óbitos confirmados. Ladainha, a cerca de 70 quilômetros,
registra 12 mortes por febre amarela. Em Itambacuri, distante 35 quilômetros,
oito vítimas morreram em decorrência da doença.
Além das cidades mineiras, o município capixaba Ibatiba
também teve reconhecida a situação de emergência. Não há nenhuma confirmação da
doença entre seus moradores, mas há oito casos suspeitos e, em cinco deles, os
pacientes estão em estado grave.
Dados
A SES-MG anunciou que passará a divulgar boletins
epidemiológicos apenas duas vezes por semana, às terças-feiras e às
sextas-feiras. Até agora, segundo os dados da semana passada,
Minas Gerais soma 1.012 notificações para febre
amarela. Destes, 57 foram descartadas e 220 são casos confirmados. As mortes
que tiveram confirmação para a doença são 78. Mais 96 mortes continuam sendo
investigadas.
A febre amarela é causada por um vírus da família
Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, América Central e
África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus.
Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika
e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre
amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, nenhum
dos casos em Minas Gerais são considerados urbanos pelos órgãos públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário