Uma das alterações da Reforma da Previdência irá
beneficiar diretamente os bancos e fundos de previdência privados, denunciou a
deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e explicou a jornalista Tereza Cruvinel.
Trata-se de uma medida que prevê que os governos
estaduais contratem planos de previdência junto a bancos e fundos privados para
complementar a aposentadoria de salários integrais de servidores públicos,
retirando a necessidade de completar esses benefícios com fundos públicos, como
ocorria antes.
Se para os que possuem rendas mais baixas, a reforma
será muito prejudicial, para os militares, ela sequer foi alterada, e para
"os mais ricos", apontou Tereza, "a reforma reserva uma nova
fonte de ganhos, para engordar os lucros que já são astronômicos".
Por Tereza Cruvineln no GGN
Reforma
previdenciária presenteia os bancos
Do Brasil247
Já se soube que o secretário de Previdência, Marcelo
Caetano, antes de fechar e apresentar a proposta de reforma do governo,
reuniu-se diversas vezes com empresários, banqueiros e fundos de Previdência
Privada. Só quando tudo estava pronto, teve um encontro com as centrais sindicais. O que não se sabia, e
estava passando batido, é que ele incluiu na reforma um presente para os bancos
e fundos de previdência privada, manobra que está sendo denunciada pela líder
da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PC do B-RJ).
Explicando o jabuti do “exterminador da Previdência”. A
reforma de 2003, no início do Governo Lula, alterou apena as regra para os
servidores públicos que fossem nomeados por concurso depois da mudança. Em vez
de se aposentarem com salário integral, receberiam o teto do INSS e, se o
salário da ativa fosse maior, a complementação seria bancada por um fundo
fechado e público de previdência, mantido pelo Estado e pelos funcionários, o
Funpresp, regulamentado em 2012.
Agora, a reforma do governo Temer está exigindo que os
estados também adotem esta regra. Mas, ao invés de fundos públicos e fechados,
só para os servidores, ela permite que os governos estaduais (e também a União)
contratem planos de previdência complementar junto a bancos e fundos de
previdência privada, abertos, mais caros e lucrativos para os mantenedores. Com
isso, o Funpresp tende a ser extinto e tanto o governo como seus empregados vão
pagar muito mais pelos planos abertos e privados.
Ou seja, para os pobres, a reforma de Caetano reservou
muitas maldades: aposentadoria aos 65 anos, inclusive para mulheres, que ele
reclama de estarem vivendo mais, tempo mínimo de contribuição de 25 anos (hoje
são 15), proibição de acumulação de pensões com aposentadorias, acesso ao teto
do benefício só com 49 anos de contribuição, entre outras. Os militares foram
poupados. E para os mais ricos entre os mais ricos, que são os banqueiros, a
reforma reserva uma nova fonte de ganhos, para engordar os lucros que já são
astronômicos.
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