Por Luis Nassif, do GGN
A bobagem da torre da Oi para a casa de Doria
A velha mídia criou uma máxima para os poucos casos em
que pretende corrigir uma grande tolice: criar outra grande tolice em sentido
contrário. Duas grandes tolices não fazem um acerto
Foi ridícula a intenção da Lava Jato de abrir um
inquérito para investigar a colocação de uma torre da Oi perto do sítio dos
Bittar, frequentado por Lula. Mais ridícula ainda foi a cobertura do episódio,
gastando rios de tinta para criar mais uma pós-verdade.
Como dinheiro público é capim, a PF gastou rios de
dinheiro em uma investigação furada para descobrir, no final da linha, que a Oi
atendeu também a um pedido de João Dória Junior e instalou uma torre em
Troncoso, para atender a um público dos chamados “vips” – Ivan Zurita, da
Nestlé, Nizan Guanaes, entre outros (https://goo.gl/4vffVS). E daí?
Qualquer grande corporação tem uma estratégia de
relações públicas, que consiste em medidas não necessariamente rentáveis em si,
mas relevantes para firmar a imagem da companhia junto a públicos específicos.
Em alguns casos, criam programas sociais. Em outros, atendem a celebridades,
formadores de opinião. Fazer um gesto simpático em direção ao presidente de uma
grande empresa, assim como atender a um ex-presidente da República, faz parte
da estratégia de comunicação de qualquer grupo.
Na época, Dória não era político, não tinha cargo
público, era dono de uma máquina de lobby que oferecia visibilidade aos
clientes. Cadê o escândalo?
Em vez de um falso escândalo, faria melhor a imprensa
em denunciar os abusos voluntaristas que saem de uma cabeça cuja única
organização não está nas ideias, mas no cabelo brilhantinado. E montar uma
frente para impedir que o ego gigantesco de Doria não se alie ao seu despreparo
gigantesco para desmontar o trabalho de reconstrução da gestão Fernando Haddad.
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