Caetano
Veloso
PADRÃO
poema de
Fernando Pessoa e música de André Luiz Oliveira
gravação de
1986
vídeo:
Luciano Hortêncio
Por Gilberto Cruvinel
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
13-9-1918
Fontes:
GGN
1. Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa:
Parceria António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972).
- 60.
3.
Canal de Luciano Hortêncio
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