Desde que
assumiu o poder, o governo de Michel Temer vem realizando medidas de cortes em
programas sociais
O governo de Michel Temer quer cortar gastos com o
pagamento de benefício para pescadores artesanais no período de proibição da
atividade, chamado de seguro-defeso. A ideia é proibir o pagamento para
profissionais em regiões em que há pesca alternativa.
O benefício é de um salário mínimo mensal e é pago por
até cinco meses no período em que a pesca de determinadas espécies é
interrompida. O governo lançará um decreto que cancela o benefício em regiões
onde existem alternativas, com a expectativa de reduzir o gasto pela metade.
O gasto previsto para o ano que vem com o benefício é
de R$ 3,1 bilhões. 5 dos 50 tipos de defesos que existem hoje deverão ser
atingidos, nos estados do Amazonas, Bahia, Maranhão e Pará, representando
desembolsos de R$ 1,5 bilhão.
O governo, que crê em uma economia de R$ 2 bilhões,
decidiu alterar o programa depois de aumentos de gastos considerados elevados
nos últimos anos.
Em 2003, foram desembolsados R$ 131 milhões, chegando a
R$ 2,7 bilhões em 2015. O governo Temer acha que o aumento foi provocado por
falta de controle no cadastro de pescadores e também por irregularidades.
Outras medidas para o benefício também são estudadas,
como permitir a pesca com restrição ao tamanho do peixe pescado. Também pode
ser incluída a exigência de que o Ministério da Agricultura avalie a eficiência
do defeso como proteção ao meio ambiente.
O governo também quer que os pescadores comecem a
declarar renda, o que ainda não é exigido.
Para a Defensoria Pública da União, o corte do
benefício pode prejudicar o meio ambiente e também deixar os pescadores
desamparados, além de não resolver irregularidades.
Yuri Costa, defensor público que trabalha no Maranhã,
acredita que haverá uma grande margem para o desrespeito à lei ambiental, e que
a fiscalização ficará ainda mais difícil.
Desde que assumiu o poder, o governo de Michel Temer
vem realizando medidas de cortes em programas sociais. No caso do Bolsa
Família, alterações nas regras deverão dificultar o acesso ao programa federal
que hoje atende em torno de 50 milhões de pessoas.
Fonte GGN
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