A
mostra revela a personalidade de Dumont, , além de sua mais famosa criação, o
aeroplano 14 Bis, cujo primeiro voo completa 110 anos.
São Paulo - Uma exposição aberta hoje (26) em São Paulo
apresenta, pela primeira vez, material que conta a trajetória de um homem que
se dedicou à inovação, ao design e à ciência: Alberto Santos Dumont. A mostra
convida o público a passear por diversos lugares e momentos que fizeram parte
da história do inventor da aviação, como a fazenda Cabangu, onde nasceu, e a
Belle Époque francesa, em que conquistou sua fama.
O público pode ver no Itaú Cultural objetos, fotos e
documentos do aviador expostos com imagens que resgatam os balões, dirigíveis e
aeroplanos. Há, ainda, uma reprodução de sua biblioteca, com publicações que o
inspiraram, além de alguns títulos de sua autoria.
"Uma das coisas que eu acho bem curiosas é o livro
[Viagens Extraordinárias], do Júlio Verne, que inspirou esse desejo dele por
voar. É um livro em francês muito bonito e aí tem aquelas máquinas voadoras, os
balões. Ele mesmo [Dumont] depois escreve em um livro que, com a leitura do
Júlio Verne, foi que ele despertou para esse mundo da aviação, que nem era
aviação na época, era o desejo de voar", contou a curadora Luciana Garbin.
Um dos destaques da exposição é uma réplica em tamanho
real do seu famoso aeroplano Demoiselle. "Reproduzimos a Demoiselle em
tamanho natural, que era a obra-prima dele. É curioso que ele, nessa coisa dos
aeroplanos, dos aviões, teve a preocupação que ele nunca quis patentear o que
estava criando, porque ele achava que tinha que ser aberto para a
humanidade", disse a curadora.
O inventor disponibilizou todas as plantas da
Demoiselle em uma revista da época e, segundo Garbin, muita gente construiu
avião a partir dessas plantas. "Tinha uma empresa, por exemplo, que fez
mais de 40 para vender. Estima-se que foram feitas mais de 200 Demoiselles no
mundo", disse Luciana.
A mostra conta, ainda, com grande quantidade de
jornais, devido a um costume de Santos Dumont que, para não perder nada do que
era publicado sobre ele e suas invenções mundo afora, contratou pelo menos
quatro empresas especializadas em rastrear jornais. Assim, toda vez que seu
nome era mencionado, ele recebia um recorte da reportagem. Apesar de muitos
deles estarem em francês, é possível ler os textos traduzidos, junto aos
originais.
A mostra revela a personalidade de Dumont, encoberta
pela repercussão de sua mais famosa criação, o aeroplano 14 Bis, cujo primeiro
voo completa 110 anos. Santos Dumont foi, além de pai da aviação, esportista,
designer, inventor e uma personalidade referência.
Além da aviação
Santos-Dumont inventou
o Balão a gás de pequeno porte que revolucionou a construção de aeróstatos. Foi
batizado de Brasil, em homenagem à terra Natal
A curadora ressalta que há muito mais para se descobrir
sobre esse notável brasileiro nascido em 20 de julho de 1873 no Sítio Cabangu,
em Palmira (MG), na Serra da Mantiqueira. Em 1879, foi viver com a família em
Ribeirão Preto (SP), onde o pai tornou-se "rei do café" e ele mesmo
começou a descobrir a mecânica nas máquinas rurais.
"Os brasileiros em geral têm um carinho por ele,
mas os brasileiros conhecem pouco sobre ele. Sabem que ele foi o pai da
aviação, que inventou o 14 Bis, mas não sabem um monte de coisa legal que ele
fez na vida, um monte de coisa importante. Nossa grande expectativa com a
exposição é ampliar essa visão que se tem sobre Santos Dumont. Ele foi muito
mais do que o pai da aviação e o inventor do 14 Bis", afirmou Luciana.
Fonte: EBC - Foto reprodução Iara Venanzi/Itaú Cultural
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