terça-feira, 5 de julho de 2016

Podemos estar às vésperas de uma pequena glaciação

Revistas científicas advertem, podemos estar às vésperas de uma pequena glaciação!

Fala-se muito do aquecimento global, porém este mesmo aquecimento pode ser o gatilho de um resfriamento que ocorre a cada 1500 anos em média. Esta informação não saiu de um site que fala de alienígenas ou de uma publicação cética do Aquecimento Global Antropogênico, a informação vem das duas mais conceituadas revistas científicas do mundo a Science e a Nature.


Agora dia 30 de junho de 2016 nas notícias on line da Revista Science, sai uma pequena reportagem intitulada Crippled Atlantic currents triggered ice age climate change do jornalista científico Eric Hand, que baseado nas observações das últimas décadas, e principalmente do artigo científico intitulado North Atlantic ocean circulation and abrupt climate change during the last glaciation, que descreve a reconstituição das condições de gatilho da última glaciação, que parecem repetir as condições atuais que estão ocorrendo na chamada Atlantic Meridional Overturning Circulation (AMOC), das quais a conhecidíssima Corrente do Golfo é uma das suas partes.


A AMOC assim como a Corrente do Golfo fazem parte da correia transportadora oceânica, uma grande corrente que sai do Oceano Índico, passa pelo Cabo da Boa Esperança, no meio do Atlantico Sul, na frente do Golfo do México, na costa Norte Americana e vai aquecer a Europa, depois dela receber as águas frias e geladas da Groelândia volta mais ou menos pelo mesmo caminho (só que num nível mais baixo) ao para o Oceano Índico.


No filme catástrofe “O dia depois do Amanhã”, há uma ruptura quase que instantânea da Corrente do Golfo e em poucas semanas o Hemisfério Norte vira uma Sibéria sem verão. O enredo do filme é totalmente impossível, porém o mecanismo de resfriamento do Hemisfério Norte pode não precisar de séculos para ocorrer, pois já há provas científicas que em menos de duas décadas a Groelândia no passado sofreu variações significativas para mais e para menos da ordem de 8°C em questão de poucas décadas, logo um arrefecimento na Europa de um par de graus pode ocorrer em questão de vinte ou trinta anos, aí as migrações serão da Europa para a África!


O mecanismo de circulação termo-halina (água mais ou menos salgada e também mais fria ou ou mais quente) que causam esta circulação, entretanto de há uma modificação nestas características o transporte de calor para o Hemisfério Norte cessa e como este é o Hemisfério das terras ele tende a ser ocupado por imensas geleiras.


O mais interessante de tudo é que a preocupação dos europeus é real e já vem de mais de uma década, um grupo de pesquisas denominado RAPID AMOC: Monitoring the Atlantic Overturning circulation, que foi criado em 2001 e já foi prorrogado a sua existência até 2018 chegou a uma conclusão importante, que a queda intensidade da corrente de 2004 a 2014 foi notável e dez vezes mais rápida do que as previsões dos modelos matemáticos numa taxa média de 0,5 Sv ao ano.



O gráfico acima mostra o fluxo de água na Corrente do Golfo (1Sv= 106m³/s).

Porém se quisermos ir mais longe, com os dados do projeto Argo, é possível plotar mais ou menos para a mesma (75W-10W e 60N-40N profundidade de 0-500m) a variação da temperatura de janeiro de 2004 até maio de 2016, verificando-se que nos dois últimos anos a queda da temperatura que já era notável ainda acelerou mais, ou seja, está chegando menos água e mais fria.




Também quase de forma simultânea (29 de junho de 2016) a revista Nature Geoscience escreve em editorial denominado Subtle signals at sea (Sinais sutis do mar) e lança uma série de artigos sobre o que se chama o Capotamento da Circulação do Atlântico Norte, e mais interessante ainda cita o filme desastre “O dia depois de amanhã”.


Lendo com cuidado a Nature se observa que as razões antropogênicas que arguem os cientistas vinculados à hipótese de AGA são relativizadas, pois em alguns trabalhos se mostra que a quantidade de degelo na Groelândia (que é atribuído a causas antropogênicas) é minimizada, passando a propor de forma discreta a causas naturais e cíclicas.


por Rogério Maestri

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