sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Servidores do INSS aprovam fim da greve e comemoram vitórias


“O Termo de Acordo não foi o ideal, mas o possível na atual correlação de forças existente durante a greve e levando em conta a dura conjuntura política no país, onde a maioria das categorias do funcionalismo público está saindo de suas greves sem absolutamente nada, o que não é o nosso caso”, avaliou Janira Rocha, do Comando Nacional de Greve.

Os servidores do INSS reuniram-se em assembleias em todo o país nesta sexta e decidiram suspender a greve nacional que teve sua mobilização iniciada no dia 7 de julho. 

A orientação da plenária nacional da Fenasps (a federação que representa os trabalhadores do INSS, da saúde federal e do ministério do Trabalho), reunida na quinta-feira, em Brasília, e do Comando Nacional da categoria, é pela suspensão da paralisação nacional, condicionada à assinatura do Termo de Acordo, prevista para a próxima terça-feira.

Em linhas gerais, o Termo de Acordo apresentado pelo Planejamento ao Comando Nacional de Greve da Fenasps na tarde desta quarta-feira (23/9), embora não seja o ideal, contempla parte das reivindicações específicas da categoria.

Na GDASS, por exemplo, o Termo prevê, para os servidores em vias de se aposentar ou que já se aposentaram a partir de 2004, segundo as regras da Lei 10.855/04, a incorporação da diferença de pontos entre a quantidade prevista na regra atual e a média dos 60 (sessenta) meses anteriores à aposentadoria, pagos da seguinte forma: um terço da diferença em janeiro de 2017, um terço da diferença em janeiro de 2018 e um terço da diferença em janeiro de 2019. Ainda sobre a GDASS, a parte fixa da gratificação passará dos atuais 30 pontos para 70 pontos, a partir de janeiro de 2016, ficando mantidas as pontuações referentes a avaliação institucional (80 pontos) e individual (até 20 pontos).

Outros pontos do Termo de Acordo são: restabelecimento do interstício de 12 meses para progressão/promoção na carreira do seguro social; supressão da Instrução Normativa nº 74; suspensão dos indicadores do REAT no ciclo atual e nos três ciclos seguintes; possibilidade de devolução dos valores descontados na greve de 2009 (a depender de instrumento legal); criação de comitê gestor, de caráter paritário, para apresentar uma proposta de reestruturação da carreira do seguro social; revisão das condições para concessão dos adicionais de insalubridade/periculosidade; e elaboração do plano de ação 2016 no INSS, a ser concluído até novembro deste ano, com participação de servidores das APS.

No que se refere a reajuste salarial, o Termo prevê 10,8%, sendo a primeira parcela de 5,5%, em 1º de agosto de 2016, e a segunda de 5%, em 1º de janeiro de 2017. Outros pontos são: benefícios de R$ 458,00 (auxílio-alimentação), de R$ 145,00 (valor per capita de assistência à saúde) e de R$ 321,00 (assistência pré-escolar), a partir de janeiro de 2016.

A minuta do Termo de Acordo para reposição das atividades paralisadas prevê que o retorno ao trabalho e a retomada das atividades ensejará a devolução dos valores descontados dos servidores durante a greve, ficando a critério da administração central do INSS avaliar, mensalmente, o andamento da reposição dos trabalhos. Ao contrário a primeira proposta apresentada pelo governo — que impunha a reposição do serviço fora do horário normal e com jornada estendida —, a reposição se dará durante a jornada normal dos servidores.

Segundo avaliou Janira Rocha, do Comando Nacional de Greve, precisamos continuar mobilizados para garantir o cumprimento do acordo e para disputar o modelo de gestão e o plano de ação do INSS”.

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