sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dorrit Harazim ganha prêmio García Márquez de Excelência Jornalística

Em meio a uma crise ética surge no Jornalismo Brasileiro uma luz no fim do túnel com a premiação da jornalista do GLOBO Dorrit Harazim na 3ª edição do Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo na categoria Excelência. O prêmio, organizado pela Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), será entregue na cidade de Medellín, na Colômbia, em 30 de setembro. Ela é a primeira jornalista brasileira a receber esta premiação.




Bogotá, 22 jul (EFE).- A jornalista brasileira Dorrit Harazim, com quase meio século de carreira em todo tipo de coberturas internacionais, foi nomeada nesta quarta-feira com o "Reconhecimento à Excelência" do Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo.

Harazim, de 72 anos, nascida na Croácia, escreve atualmente uma coluna para o jornal "O Globo" e é editora da revista "Piauí", e se dedica a outros projetos jornalísticos e documentários, destacou a Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), que concede o prêmio.

A jornalista tem uma "brilhante e inspiradora carreira jornalística", que começou em 1966 em Paris, como investigadora da revista francesa "L'Express", e foi convidada em 1968 por Mino Carta a participar da criação da revista "Veja", "uma referência do jornalismo narrativo brasileiro e continental", destacou o comunicado do Conselho Reitor da FNPI.

Ao longo de sua carreira, Harazim participou de grandes coberturas internacionais, como as guerras do Vietnã e do Camboja, o golpe contra Salvador Allende no Chile, os atentados contra as Torres Gêmeas em Nova York, a primeira Guerra do Petróleo nos Emirados Árabes, quatro eleições presidenciais nos Estados Unidos e nove Jogos Olímpicos.

Por essas coberturas recebeu 11 prêmios jornalísticos, acrescentou a fundação.

"Apesar de seu lugar de nascimento e de sua primeira experiência como jornalista ter sido em francês, muitos dos que têm o gosto de lê-la não hesitam em afirmar que Dorrit escreve o melhor português do Brasil", escreveu o Conselho.

O júri acrescentou que outra das virtudes de Harazim como jornalista "é sua grande versatilidade" já que "escreve com a mesma destreza sobre esportes olímpicos, sobre política internacional ou sobre prisões femininas".

"Seus textos, armados com grande seriedade e precisão de dados, estão impregnados de um humor sempre mordaz. Por isso ela foi durante anos a pessoa encarregada por responder, sempre em um tom risonho e irônico, as cartas enviadas à redação da revista 'Piauí'", ressaltou o júri.

Harazim trabalhou no Brasil e no exterior como correspondente da Editora Abril e do Jornal do Brasil, entre outros meios.

Segundo o júri, Harazim "sempre procura e encontra ângulos, detalhes, aspectos que outros jornalistas deixam passar", e por essas qualidades a definiu como "uma glória do jornalismo brasileiro, mas uma glória discreta".

"Exatamente o tipo de jornalista e de jornalismo que aspiramos exaltar e propor como exemplo com o prêmio de excelência adotado à memória do fundador da FNPI, Gabriel García Márquez", acrescentou o Conselho Reitor.

Em 2016, quando completará meio século de carreira, Harazim estará mais uma vez na linha de frente jornalística, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sua 10ª cobertura ininterrupta desta competição, histórico que começou em Moscou em 1980.

A jornalista brasileira receberá o prêmio no próximo dia 30 de setembro em uma cerimônia que será realizada na cidade colombiana de Medellín, onde se conhecerá também o nome dos ganhadores das quatro categorias que compõem o Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo: texto, imagem, cobertura e inovação, que teve este ano 1.645 trabalhos inscritos.

Os ganhadores das duas primeiras edições do "Reconhecimento à Excelência" foram Giannina Segnini, da Costa Rica, (2013) e Javier Darío Restrepo (Colômbia) e Marcela Turati (México), ano passado.



EFE joc/cd
 

Nenhum comentário: