Nunca vi jornal pedir queda de ministro, diz Dilma sobre "Economist
Revista Inglesa pede demissão de Mantega
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse, nesta sexta-feira, que, “em hipótese alguma”, seu governo tomará decisões baseadas em uma publicação, em resposta ao artigo da revista britânica “The Economist” que sugeriu a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“Eu, em especial, sou a favor da liberdade de imprensa. Não tenho nenhum senão a dizer sobre qualquer revista ou jornal falando o que quiser. Só quero me manifestar que, em hipótese alguma, o governo eleito pelo voto direto e secreto do povo brasileiro vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira”, disse Dilma a jornalistas após participar da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
A presidente previu crescimento maior do Produto Interno Bruto. “Estamos crescendo a 0,6% nesse trimestre. Iremos crescer mais no próximo trimestre. A resposta é: de maneira alguma eu levarei em consideração esta, diríamos, sugestão. Não vou levar”, completou.
Publicado ontem, artigo da Economist sugere a demissão de Mantega como uma alternativa para Dilma retomar a confiança dos investidores e viabilizar um segundo mandato. Fatores como a desaceleração nos preços das commodities e o endividamento das famílias são citados como as travas atuais da atividade econômica do país.
Dilma afirmou ainda que, diante do quadro de “crise gravíssima, com países tendo taxas de crescimento negativas, escândalos, queda de bancos, quebradeiras”, nunca viu nenhuma publicação de mídia sugerir mudanças em governos. “Eu nunca vi nenhum jornal propor a queda de um ministro”, disse.
Questionada sobre a situação “deles”, em referência às economias desenvolvidas, a presidente mostrou contrariedade e falou da situação de estabilidade econômica do país.
“Vocês, da imprensa brasileira, não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo amor de Deus. Desde 2008, nenhum banco como Lehman Brothers quebrou aqui. Não temos crise de dívida soberana. A nossa relação dívida-PIB é de 35%. A nossa inflação está sob controle. Nós temos US$ 378 bilhões de reserva. E tudo isso se dá porque os juros caíram no Brasil”, disse Dilma.
(Yvna Sousa, Eduardo Campos e Bruno Peres / Valor)
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